Governo adia aumento do imposto da cerveja, mas rejeita desoneração dos produtos da cesta básica

Jogo duplo – Dicotomia é o ingrediente principal da cartilha dos ocupantes do Palácio do Planalto, desde janeiro de 2011 sob a direção da neopetista Dilma Vana Rousseff. Entre o que falam os palacianos e o que fazem há uma enorme e impressionante distância. Em junho passado, o governo anunciou o aumento das alíquotas de IPI, PIS e Confins que incidem sobre as chamadas bebidas frias (cervejas e refrigerantes), que passaria a valer a partir desta segunda-feira (1).

Alegando ser preciso manter a inflação sob controle, o governo cedeu às pressões dos fabricantes de bebidas e adiou para abril de 2013 a entrada em vigor da nova medida. Por ocasião do anúncio, associações de fabricantes previram repasse ao consumidor de 5,24% no preço da cerveja e 9,77% no do refrigerante. Nos últimos doze meses, a cerveja já acumula alta de preço de 14,3% nos supermercados, enquanto em bares e restaurantes os dos refrigerantes subiram 12,42% no período.

Como se sabe, com as temperaturas elevadas em boa parte do País e faltando menos de uma semana para as eleições municipais, qualquer aumento nos preços de cerveja e refrigerante ajudaria sobremaneira na derrocada que o PT deve sofrer nas principais capitais brasileiras.

A desculpa da inflação é tão inócua quanto mentirosa, pois o governo, por ordem da presidente Dilma, barrou no Congresso Nacional o projeto de lei que prevê a desoneração dos produtos alimentícios que compõem a cesta básica. Ora, se a ordem é amestrar o mais temido fantasma da economia, nada melhor do que aliviar a carga tributária que incide sobre os produtos da cesta básica. Fora isso, tal medida beneficiaria diretamente a camada mais pobre da população, mesmo sabendo que o Brasil transformou-se, sob a varinha de condão de Lula, no paraíso da classe média.