Na contramão – Os diuturnos frequentadores do Palácio do Planalto são magnânimos, geniais, insuperáveis, oráculos do Senhor no planeta. Estão acima do bem e do mal. E como tal não se permitem ver a dura realidade que assola o Brasil, um país de dimensões continentais e problemas em proporções idênticas.
Quando a crise que surgiu a partir do “subprime” norte-americano, o então presidente Luiz Inácio da Silva, a bordo de suas conhecidas galhofas, disse que para o Brasil seria apenas uma reles marolinha. E não foi como uma simples onda de pegar “jacaré” na praia que a crise se comportou nessa barafunda descoberta pro Pedro Álvares Cabral. Com musculatura de tsunami, a tal crise provocou estragos consideráveis, que os brasileiros não enxergaram porque estavam entretidos com as compras irresponsáveis.
Anos mais tarde, quando a crise econômica começou a chacoalhar a União Europeia, o ainda ministro Guido Mantega (Fazenda), garantiu que o movimento passaria ao largo do Brasil, cuja economia cresceria com largueza. E nada do que foi profetizado aconteceu.
Sem admitir que a resistente inflação é o item mais peçonhento da herança maldita deixada por Lula, a presidente Dilma Rousseff prefere não falar sobre o tema. Quando perguntado sobre a inflação, Mantega despeja na direção dos jornalistas um palavrório inócuo e conhecido, como se o Brasil fosse o país das maravilhas, aquele das fábulas de Alice.
Na manhã desta terça-feira (2), a Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP) informou que a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), subiu em quatro das sete capitais pesquisadas no fechamento do mês de setembro.
De acordo com a instituição, a variação maior foi registrada em Recife (0,06 ponto percentual), onde o índice passou de 0,59%, na terceira prévia do mês, para 0,65%, na quarta semana, com aumento da taxa em quase todas as classes de despesas, exceto a de alimentação. Nos grupos comunicação e despesas diversas, os índices passaram de 0,34% para 0,78%, e de 0,41% para 0,73%, respectivamente.