Suposta fuga de Henrique Pizzolato pode complicar a situação dos condenados no caso do mensalão

Exílio dourado – Tão logo foi chamado para sentar no banco dos réus da CPI dos Correios, em 2005, Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil, disse a pessoas próximas que se o pior acontecesse deixaria o País. E tal confidência foi revelada ao ucho.info dias trás, quando uma inesperada viagem de Pizzolato à Europa ganhou o noticiário nacional.

Na ocasião do escândalo, Henrique Pizzolato foi abandonado pelo PT palaciano depois de afirmar que todas as ordens para repassar dinheiro do BB às agências de Marcos Valério partiram do petista Luiz Gushiken, já absolvido no processo do mensalão, em julgamento no Supremo Tribunal Federal.

Quando confidenciou aos mais próximos seu desejo de deixar o País, Pizzolato teria dito que um possível destino seria a Espanha, onde a família tem propriedades e negócios. Na sua recente viagem ao Velho Mundo, Henrique Pizzolato fez uma escala na Espanha, onde pode ter realizado transações que garantissem financeiramente sua permanência do outro lado do Atlântico.

Considerando que Brasil e Espanha mantêm tratado de extradição, Pizzolato teria seguido viagem para a Itália, uma vez que tem dupla cidadania. A essa hipótese junta-se o detalhe da inexistência de tratado de extradição entre Itália e Brasil.

A se confirmar a eventual fuga de Henrique Pizzolato, fato negado por seu advogado, a situação dos outros réus no caso do Mensalão do PT deve se complicar logo após o fim do julgamento da Ação Penal 470. O ministro-relator Joaquim Barbosa poderá pedir a imediata prisão dos condenados, como forma de evitar novas e eventuais fugas.