Maioria dos ministros STF condena José Dirceu, acusado de ser o chefe do Mensalão do PT

Fim da farsa – Coube ao ministro Marco Aurélio Mello, o segundo mais antigo do Supremo Tribunal Federal, formar maioria para a condenação, por corrupção ativa, do ex-chefe da Casa Civil no governo Lula, o petista José Dirceu de Oliveira e Silva, conhecido nos tempos da ditadura como camarada Daniel.

Logo no início de um longo e detalhado voto, o ministro Marco Aurélio absolveu Anderson Adauto, mas, dizendo-se voz isolada no plenário do Supremo, condenou Geiza Dias por corrupção ativa. “Quem contribui para a prática do crime participa da extensão da culpabilidade”, disse o ministro. “Essas saídas [de dinheiro] eram figuradas na contabilidade como destinadas a fornecedores. Será que ele acreditava mesmo que eram fornecedores conhecendo os destinatários das verbas? A meu ver Geiza se mostrou como coautora da prática criminosa de corrupção ativa”, destacou Marco Aurélio.

Ao analisar a acusação de corrupção ativa imposta ao núcleo financeiro, o ministro acompanhou o relator e o revisor da Ação Penal 470 e condenou Marcos Valério Fernandes de Souza, Ramon Hollerbach, Cristiano Paz e Simone Vasconcelos.

Antes de julgar o núcleo político, Marco Aurélio foi tácito ao afirmar: “O PT buscou mesmo uma base de apoio no Congresso Nacional”. Além de José Dirceu, como mencionado anterior petistas Delúbio Soares e José Genoino, ex-tesoureiro e ex-presidente nacional do PT, respectivamente.