Juro baixo, crescimento pífio da economia e inflação alta, mas o governo aposta em milagres

Fórmula explosiva – É no mínimo perigosa a forma como o governo federal vem cuidando da economia e enfrentando os seus fantasmas. Em decisão anunciada na noite de quarta-feira (11), o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) reduziu mais uma vez a taxa básica de juro, que caiu de 7,5% para 7,25% ao ano.

O mais novo corte na Selic acontece com a inflação mostrando cada vez mais sua resistência. O BC, que tem o compromisso de entregar a inflação dentro da meta estipulada pelo governo, terá de se contentar com o maior fantasma da economia encerrando o ano na casa de 5,5%.

A situação torna-se mais absurda porque o crescimento da economia ainda é pífio, sendo que o setor que mais cresce no País é o de serviço. Ou seja, o chamado valor agregado está perdendo terreno, o que confirma alerta feito pelo ucho.info em 2006 sobre o processo de desindustrialização, monstro que os palacianos até agora não souberam domar.

Como se não bastasse, emoldurado lento crescimento do PIB, nova redução da taxa básica de juro e inflação em alta, o governo aposta no consumo interno para enfrentar a crise econômica. Acontece que a nova taxa Selic privilegia as cadernetas de poupança, quando comparada com outros investimentos financeiros. Acontece que aquele cidadão que não pensa em poupar está muito mais cauteloso no momento da compra.

Considerando que o ano entrou em seu último trimestre, as autoridades econômicas agora se dedicam às ações que posam garantir inflação menor em 2013. Essa almejada redução pode ser conquistada com as novas tarifas de energia elétrica, mas é preciso saber o que será da economia e da inflação em 2014. O governo da presidente Dilma Rousseff continua abusando do messianismo, mas a seriedade da situação não permite tamanha irresponsabilidade. Até agora, os ocupantes exagerado nos discursos e medidas, sem que resultados concretos tenham surgido nos últimos meses.