No seu devido lugar – Candidato do PSDB à prefeitura de Sorocaba, no interior de São Paulo, Antonio Carlos Pannunzio enfrentou não apenas o peemedebista Renato Amary, mas também e principalmente a utopia interpretativa de ministros do Tribunal Superior Eleitoral. Com todas as urnas apuradas, Pannunzio é o novo prefeito de Sorocaba, com 162.829 votos (51,04%), enquanto Renato Amary recebeu 156.220 votos (48,96%).
O ficha-suja Amary
Quando prefeito de Sorocaba, Renato Amary contratou, sem licitação e por R$ 3,2 milhões, o Instituto de Organização do Trabalho (Idort) para cobrar a dívida ativa do município. Fora isso, o candidato peemedebista foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Estado a devolver cerca de R$ 230 mil aos cofres municipais por causa de irregularidades na implantação da Policlínica de Sorocaba.
Com o registro da candidatura cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo com base na Lei da Ficha Limpa, Amary recorreu ao TSE e ignorou recomendação da procuradora-geral eleitoral Sandra Cureau, que entendeu ser necessária a confirmação da decisão do colegiado paulista. No TSE, Amary contou com estranha decisão de José Antônio Dias Toffoli, que em pleno domingo despachou, em caráter liminar, em favor do peemedebista.
Na última quinta-feira (25), o ministro Arnaldo Versiani, que pediu vistas do processo na terça-feira (23), concordou com a decisão de Dias Toffoli de acolher o recurso de Renato Amary, lembrando que na condenação do candidato não ficaram configurados dolo e dano ao patrimônio público.
Por 5 votos a 1, os ministros acompanharam o relator e negaram o agravo regimental apresentado por Antônio Arnaud Pereira (PT), que foi candidato a vereador e não conseguiu se eleger. Renato Amary recebeu 127.685 votos, o mais votado no primeiro turno. Ele disputará o segundo turno com Antônio Carlos Pannunzio (PSDB), que teve 116.526 votos.
