Psicose vermelha – Enquanto desfia críticas ao Supremo Tribunal Federal em seu blog, o cassado e agora condenado José Dirceu de Oliveira e Silva tem se dedicado ao projeto da sua prisão. Pode parecer um absurdo aos que não acompanham o cotidiano da política brasileira, mas o que o ex-comissário palaciano intenta é uma espécie de imolação.
Diante do inevitável cumprimento da pena em regime fechado, Dirceu, nas últimas semanas, tem cuidado dos detalhes do ato de sua prisão. Seu objetivo é provocar uma enorme comoção não apenas na esquerda brasileira, mas na de toda a América do Sul, transformando-se em um herói injustiçado pelas elites e pelo Judiciário. Quer ser encarado como um novo Nelson Mandela, que por ter lutado contra o apartheid na África do Sul passou parte da vida na cadeia. Acontece que a causa da luta de Mandela era nobre, ao passo que a do mensaleiro Dirceu foi criminosa, como afirmou a maioria dos ministros do Supremo.
A ideia de José Dirceu é cumprir a pena e deixar a prisão nos braços dos companheiros de legenda, partindo em seguida para tomar o poder, não importando se por vias legais ou ilegais.
Conhecidamente arrogante e dono de comportamento quase doentio, José Dirceu está convicto do sucesso do seu plano. Os brasileiros de bem precisam estar atentos não apenas à fixação das penas dos marginais que saquearam os cofres públicos e promoveram o maior escândalo de corrupção da história do País, mas também e principalmente aos movimentos dos mensaleiros petistas, que planejam ir à prisão como injustiçados. E é exatamente neste detalhe que reside o perigo futuro.
José Dirceu por certo será bem recebido na prisão, pois um dos chefes do PCC, Marcos William Herbas Camacho, o Marcola, é irmão do deputado boliviano Gabriel Herbas Camacho, com quem o ex-ministro se encontro em 2006, em La Paz, semanas antes da onda de ataques da facção que deixaram a cidade de São Paulo em pânico.
De igual modo, José Genoino também terá boa guarida na prisão, pois também em 2006, por ocasião das eleições, integrantes do PPC fora flagrados pela polícia em uma conversa telefônica, em que combinavam pedir aos “irmãos” votos no petista que foi condenado no Supremo Tribunal Federal.
Confira abaixo a transcrição da conversa entre dois integrantes do PCC que combinavam voto em José Genoíno. Petronilha Maria de Carvalho Felício foi casada com um dos fundadores e líderes do PCC, José Márcio Felício, conhecido como “Geleião”
Maria de Carvalho Felício: Ele mandou uma missão pro Zildo (piloto-geral de Ribeirão Preto). Vamos ver se o Zildo é capaz de cumprir.
José Sérgio dos Santos: Tá bom. Você quer passar pra mim ou dou particularmente pra ele?
Maria: Não, não. Ele quer festa (ataques) até a eleição. E é pra eleger o Genoíno. E, ser for o caso, ele vai pedir pro pessoal mandar as famílias não irem nas visitas pra votar, entendeu? Ele falou que um dia sem visita não mata ninguém. Ele falou: “Fica todo mundo sem visita no dia da eleição pra todo mundo votar pro Genoíno”.
Santos: Não, mas isso… Acho que todo mundo… A maioria das mulher de preso… Vai votar no Al? Nunca.
Maria: Então, é pra pedir isso. Se, por exemplo, a mulher vai, daí a mãe, a irmã tudo vota pro Genoíno. Se só a mulher que vota, então essa mulher não vai na visita e vota no Genoíno. É pra todo mundo ficar nessa sintonia: Genoíno.
Santos: E é dali que vem, né?
Maria: Isso. É o (incompreensível)