Prisão de ex-dono do Cruzeiro do Sul causou pavor em empresários, mas foi a decisão certa

Medo generalizado – Tão logo a Justiça determinou a prisão do banqueiro Luis Octavio Índio da Costa, ex-dono do Banco Cruzeiro do Sul, empresários e advogados da cidade de São Paulo se revoltaram nos bastidores com a decisão. Dizem os inconformados que a Justiça estava colocando o Brasil à deriva, mas o fato é que surgiu no meio empresarial o medo pelo fim da impunidade. Até então, a Justiça só agia com o devido rigor quando em julgamento estavam os mais desassistidos, pois os endinheirados conseguiam, através de bons e caros advogados, empurrar os casos, na maioria das vezes, à prescrição.

Em áudio obtido pelo jornal “Folha de S. Paulo”, Luis Octavio, durante uma apresentação no banco, insistiu para que os funcionários convencessem os investidores para migrar aplicações em Certificados de Depósito Bancário (CDB), garantido em até R$ 70 mil pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), para dois Fundos de Investimento em Participações (FIP), sem qualquer grantia e que atualmente nada valem.

Caíram nesse chamado conto do vigário um conhecido colégio católico de São Paulo, cujas freiras que aplicavam o dinheiro do convento, aposentados, comerciantes e profissionais liberais. Os tais FIPs aplicavam em títulos de dívidas de uma empresa de participações da família Índio da Costa, que não tem valor algum e só poderiam ser resgatados em 2015.

Preso desde 22 de outubro e liberado na última sexta-feira (9), Índio da Costa, no áudio, diz aos funcionários que não era a primeira vez que fazia uma “malandragem” daquela. O advogado de Luis Octavio, o criminalista Roberto Podval, disse não haver qualquer ilegalidade nas orientações do seu cliente.

O ucho.info respeita de Roberto Podval, um dos grandes criminalistas brasileiros, por seu talento e competência, mas no caso de Luis Octavio Índio da Costa é obrigado a discordar de suas declarações, pois o que aconteceu foi um crime que lesou inúmeros investidores, que confiaram suas economias a um banqueiro que reconheceu ter feito malandragens. Ou seja, a prisão foi o endereço mais adequado ao irresponsável Índio da Costa, que torrou verdadeiras fortunas com festas nababescas e com o patrocínio de eventos badalados na cidade de São Paulo.

Aos empresários e advogados que se indignaram com a decisão da Justiça, que coloquem suas barbas de molho e revejam o modus operandi, pois alguns magistrados decidiram começar a faxina que o Brasil há tanto tempo precisava.