Tiro no pé – Quando se ocupa um cargo público, principalmente de destaque, nem sempre é permitido à autoridade falar o que lhe vem à mente. Mas o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, não pensa assim. Ao falar sobre as penas impostas pelo Supremo Tribunal Federal a companheiros condenados no processo do Mensalão do PT, Cardozo disse que preferiria morrer a cumprir pena num presídio brasileiro.
“Se fosse para cumprir muitos anos na prisão, em alguns dos nossos presídios, eu preferiria morrer”, afirmou ao responder se apoiava a adoção da pena de morte e da prisão perpétua no Brasil.
“Entre passar anos num presídio brasileiro e perder a vida, eu talvez preferisse perder a vida”, disse José Eduardo Cardozo em referência à pena de dez anos e dez meses imposta a José Dirceu, chefe da quadrilha do Mensalão do PT.
Em um país sério e organizado, o ministro da Justiça já estaria demitido, o que não acontecerá porque Cardozo participou da coordenação da campanha de Dilma Rousseff e sabe muito mais do que a presidente gostaria.
No âmbito prático, a declaração de José Eduardo pode provocar uma enorme revolução no meio jurídico, pois todos os presos do País estão em condições subumanas. Tal afirmação pode levar os condenados a cobrarem do Estado indenizações milionárias, pois em nenhum presídio brasileiro é cumprido à risca o que determina a Lei das Execuções Penais.
Resumindo, José Eduardo Cardozo perdeu a grande oportunidade de ficar calado., mas pode ter de se explicar com a nada diplomática Dilma Rousseff. Eis a velha teoria popular de que aquele que planta, colhe.