Sem vergonha – Tão logo o escândalo do Mensalão do PT eclodiu em 2005, o Palácio do Planalto mudou a forma de comprar o apoio de parlamentares no Congresso Nacional. Saíram de cena as regulares e criminosas mesadas, passando a vigorar o loteamento dos primeiros e segundo escalões do governo federal. Na Esplanada dos Ministérios, por exemplo, cada partido recebeu uma ou mais pastas, como é o caso do PMDB, arcando com os ônus de eventuais escândalos de corrupção.
Desde então, essa prática chicaneira vem prevalecendo no relacionamento entre o Palácio do Planalto e o Congresso, fazendo com que o governo tenha maioria esmagadora nas duas casas parlamentares. Dependendo da dificuldade da matéria que está na pauta de votação, a malandragem dos parlamentares entra em ação para uma cobrança extra, via de regra atendida com celeridade pelos palacianos.
A mais recente prova de que esse esquema vexatório continua em voga é o convite feito pela presidente Dilma Rousseff ao comandante do PSD, Gilberto Kassab, que deverá ganhar um posto no primeiro escalão do governo. Kassab, que na recente disputa pela prefeitura de São Paulo apoiou o tucano José Serra, nos bastidores fez o jogo duplo e negociou a participação do PSD no governo da presidente Dilma, que até agora não mostro a que veio.
Fora isso, Kassab e seu PSD terão de dar apoio ao prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad, um fantoche político inventado pelo abusado e mitômano Luiz Inácio da Silva. Antes de assumir de o PSD assumir qualquer cargo na esfera federal, Gilberto Kassab poderia explicar o episódio ocorrido na Via Anhanguera, quando policiais rodoviários pararam um veículo e levaram os ocupantes para a delegacia da cidade mais próxima, juntamente com uma pequena mala de lona que era uma verdadeira cornucópia. Quem sabe ressaltando a palavra “Major” o prefeito paulistano consiga recobrar a memória do que ocorreu na CPI dos Combustíveis, na Câmara dos Deputados.