Morre o poeta e ensaísta Décio Pignatari, um dos grandes intelectuais brasileiros

Minuto de silêncio – Morreu neste domingo, 2 de dezembro, aos 85 anos, Décio Pignatari, um dos maiores intelectuais do País e dono de inteligência privilegiada e invejável. Paulista de Jundiaí, Pignatari foi um conhecido teórico da comunicação. Poeta, ensaísta, tradutor, contista, romancista, dramaturgo e professor, Décio Pignatari realizou notáveis experiências com a linguagem poética, incorporando recursos visuais e a fragmentação das palavras, o que resultou no Concretismo, movimento estético que fundou juntamente com os também poetas e tradutores Augusto de Campos e Haroldo de Campos, com quem editou as revistas “Noigandres” e “Invenção” e publicou a “Teoria da Poesia Concreta” (1965).

Como teórico da comunicação, o grande Décio Pignatari traduziu obras de Marshall McLuhan e publicou o ensaio “Informação, Linguagem e Comunicação” (1968). Sua obra poética está reunida em “Poesia Pois é Poesia” (1977).

Pignatari publicou traduções de Dante Alighieri, Goëthe e William Shakespeare, entre outros, todas reunidas em “Retrato do Amor quando Jovem” (1990) e 231 poemas. Publicou também o volume de contos “O Rosto da Memória” (1988) e o romance “Panteros” (1992), além de “Céu da Lona”, obra para o teatro.

Décio Pignatari, apesar de toda a sua genialidade, o que poderia transformá-lo em um antissocial, foi uma figura afável e humilde, que o editor do ucho.info teve o enorme prazer de conhecer por intermédio de seu filho, o arquiteto Diniz Pignatari.

A boa e inesquecível impressão que tive de Décio Pignatari foi tamanha, que até hoje, mais de três décadas após o encontro, lembro desse genial brasileiro todas as vezes que passo diante do edifício onde ele morou durante alguns anos na capital paulista.

Em nome dos jornalistas do ucho.info, ouso comparar a partida de Décio Pignatari com a ausência de Mário Chamie, um poeta notável e criador da Poesia Praxis, também um grande intelectual que nos brindou com sua sincera e preciosa amizade. Lamentavelmente o Brasil vem perdendo suas maiores cabeças, homens que o cinzel da vida não mais esculpe com tanto esmero e competência. Descanse em paz, Décio!