Toma lá, dá cá – Irritada com a redução menor da tarifa de energia elétrica, de 20,2% para 16,7%, a presidente Dilma Rousseff manteve o compromisso assumido recentemente, que na verdade é mais uma armadilha populista esculpida pelos palacianos.
De acordo com a assessoria da presidente, a decisão de Cemig e da Cesp, companhias energéticas de Minas Gerais e São Paulo, a decisão de não aderia ao pacote do governo foi meramente política, pois ambos os estados são comandados pelo PSDB.
A alegação no Palácio do Planalto é que houve nos bastidores da negociação a interferência do senador Aécio Neves (MG) e do governador Geraldo Alckmin (SP), ambos do PSDB.
A proposta do governo federal é antecipar a renovação dos contratos com as geradoras de energia elétrica, com valores reduzidos, mas com uma compensação financeira paga pela União. Acontece que em alguns casos, como o da Cemig, o contrato, que vence dentro de dois anos, prevê a renovação por igual período e condições idênticas. Ou seja, a queda de braços certamente acabará no Supremo Tribunal Federal.
A proposta do governo é ilusória, pois se de um lado o consumidor economizará com a energia mais barata, por outro terá de contribuir para que a União pague a indenização às geradoras de energia. Ou seja, o que Dilma quer fazer é dar com uma mão e tirar com a outra.