Mal contado – O presidente venezuelano, Hugo Chávez, retornou nesta sexta-feira (7) ao país após nove dias de tratamento em Cuba como parte de seu processo de recuperação de um câncer, que lhe obrigou a passar por três cirurgias desde junho de 2012
“Estou muito feliz de chegar aqui de novo”, disse Chávez em sua chegada ao aeroporto de Maiquetía por volta das 2h30 (5h, horário de Brasília) em uma conversa com ministros e colaboradores que o receberam, segundo entrevista divulgada pelo canal estatal de VTV.
Usando uma roupa esportiva da academia militar, Chávez manifestou que está “muito animado”, nas primeiras declarações públicas desde 15 de novembro. “Hoje completa dois meses do triunfo de outubro, mas ontem foram completados 14 anos da vitória de 6 de dezembro de 1998, e estamos a oito dias da próxima vitória”, assinalou, em alusão a seu triunfo eleitoral nas eleições presidenciais de 7 de outubro e no próximo pleito regional de 16 de dezembro.
Na pista do aeroporto, Chávez, que chegou acompanhado pelas filhas, conversou com parte do gabinete de governo e líderes do PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela), e comentou que leu relatório e acompanhou a passeata da campanha regional, onde “há muita motivação”. O presidente também se referiu a uma conversa que teve com o líder cubano, Fidel Castro, na qual falaram de poesia.
Chávez chegou a Cuba na madrugada de 27 de novembro para se submeter a um novo tratamento de oxigenação hiperbárica e fisioterapia, segundo explicou ele mesmo por carta, seis meses após ter concluído a radioterapia. O líder venezuelano foi operado em três ocasiões desde junho do ano passado, quando foi detectado um câncer na zona pélvica, que até hoje não se sabe a localização exata nem a gravidade.
Como noticiamos anteriormente, tratamento de oxigenação hiperbárica é muito utilizado em situações em que o sistema imunológico está em colapso e não mais reage aos tratamentos medicamentosos contra infecções. O período em que a Venezuela ficou sem notícias do tiranete Hugo Chávez foi muito longo, em se tratando de um chefe de Estado que se ausenta, o que confirma que a saúde do ditador venezuelano é muito mais grave do que tem sido noticiado.
Na verdade, Chávez deveria continuar em Cuba para dar seguimento ao tratamento, mas as especulações sobre a falta de notícias o obrigaram a retornar com urgência para Caracas, com medo de a oposição planejar um golpe e lhe tomar o poder enquanto estivesse em Cuba. (Com informações do Opera Mundi e da Agência Efe)