Mudez estranha – Fica cada vez mais evidente a tentativa do PT palaciano de usar a onda de violência em São Paulo para tomar o mais importante estado da federação das mãos dos tucanos, com quem os petistas rivalizam politicamente.
Quando ataques de criminosos ocorridos na Grande São Paulo ganharam o noticiário, o governo federal se apressou para confrontar o Palácio dos Bandeirantes, sede do Executivo paulista, alegando que havia oferecido ajuda para o combate ao crime organizado. A polêmica cresceu e culminou com a queda do então secretário de Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, o que não significa que o Planalto estivesse com a razão.
O grande problema da violência no País é a falta de vontade do governo federal em reforçar o patrulhamento nas fronteiras, combatendo o tráfico de entorpecentes e o contrabando de armas. E isso só não acontece porque direta ou indiretamente a ação comprometeria as FARC, organização narcoguerrilheira que é signatária do Foro de São Paulo.
Esse cenário de desinteresse pelo combate ao crime nas fronteiras levou o Rio de Janeiro a se transformar em reduto de traficantes, que no último sábado (8) determinaram o fechamento do comércio no conjunto de favelas do Alemão, região que foi pacificada, de acordo com o governador Sérgio Cabral Filho, do PMDB.
Causa espécie, contudo, o comportamento das autoridades do governo federal, que não fizeram qualquer crítica ao que aconteceu no Rio, que continua sob o comando do tráfico. Esperar qualquer manifestação oficial por parte do Palácio do Planalto seria excesso credulidade, pois Cabral Filho é integrante do principal partido da chamada base aliada. Fora isso, o modelo de segurança oferecido ao governo de São Paulo, e não aceito, está baseado nas Unidades de Polícia Pacificadora, que estão presentes no Alemão, no Rio.
Ou seja, qualquer manifestação sobre o ocorrido seria reconhecer a incompetência do governo de Sérgio Cabral e o vazio da proposta apresentada a Geraldo Alckmin.