Incompetência do governo obrigará o brasileiro a enfrentar um caos ainda maior na saúde pública

Fusível queimado – Há algo errado na educação do País. Escolhido por Lula para disputar a prefeitura de São Paulo, o petista Fernando Haddad foi apresentado aos eleitores da maior cidade brasileira como o melhor ministro da Educação da história. O que leva qualquer um a concluir que a educação no Brasil está em níveis de excelência.

Na última semana, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) deu um grave sinal de alerta. Mais da metade dos médicos recém-formados avaliados pelo órgão foram reprovados. O que mostra que Lula faltou com a verdade e Haddad está longe de ser o gênio que foi anunciado. Fora isso, o atual ministro da Educação, o irrevogável Aloizio Mercadante, parece não ter se incomodado com o assunto.

Pois bem, na quarta-feira (12) a Polícia Federal prendeu ao menos 46 pessoas envolvidas em um esquema para fraudar vestibulares de medicina. De acordo com a PF, uma das sete quadrilhas envolvidas na fraude faturava perto de R$ 2 milhões, sendo que cada aluno pagava R$ 80 mil para receber o gabarito da prova. Ou seja, toda a parafernália inventada pelo governo para melhorar o nível da educação no País serviu apenas para reforçar a pirotecnia palaciana.

Na mesma quarta-feira, a Comissão de Educação do Senado aprovou o chamado “Ato Médico”, restringindo aos profissionais da medicina uma série de práticas. Com isso, qualquer enfermeira ficará impossibilitada de dar sequência a um tratamento hospitalar, por exemplo, sem a presença do médico.

A principal reclamação em relação ao projeto é que, ao estabelecer como privativo do médico o diagnóstico de doenças, o projeto estaria impedindo a atuação de fisioterapeutas, por exemplo, quando os mesmos identificam problemas em articulações. O mesmo acontece com os acupunturistas, que serão prejudicados com a proposta aprovada no Senado.

Presidente da Associação Brasileira de Enfermagem, Ivone Evangelista Cabral classificou o projeto como uma proposta “absurda e corporativa”. Em relação ao ponto mais polêmico do projeto, Ivone Evangelista afirma: “O que é privativo do médico é o diagnóstico médico. [Com o projeto] a enfermagem passa a ficar completamente depende do médico para todas as ações que venha fazer, o que inviabiliza o processo assistencial (…) Seria o caos na saúde pública brasileira, que já é problemática”.

Em meados de 2006, Luiz Inácio da Silva se preparava para a campanha rumo à reeleição e aproveitou para dizer que a saúde pública no Brasil estava a um passo da perfeição. Uma sonora mentira, que o próprio Lula reconheceu posteriormente como uma armadilha eleitoral.

Os governantes não estão preocupados com o assunto, pois quando adoecem se valem de um jato oficial e rumam na direção dos melhores hospitais particulares do País, a extensa maioria na capital paulista, com as despesas custeadas pelos incautos contribuintes.

O grande problema da imprensa brasileira é fazer o papel de vaca de presépio e noticiar os fatos, de maneira pontual isolada, abstendo-se de emitir qualquer opinião a respeito do assunto. É preciso que os veículos de comunicação brasileiros saiam da letargia, para não afirma que se trata de preguiça, pois é preciso noticiar os fatos de maneira correta, fazer a conexão dos mesmos e exigir do governo soluções imediatas, pois a cobrança de impostos é sempre implacável.