Brasileiro não pode esquecer os escândalos da Casa da Moeda e deve cobrar explicações do governo

Resgatando a história – A memória de boa parcela da população é curta em relação a escândalos e parte da grande imprensa prefere não ressuscitar os fatos, como se fossem pequenos e pontuais os estragos provocados pela corrupção e também pela incompetência que emolduram o Estado.

Há dias, o Banco Central anunciou um recall de moedas de cinquenta centavos, que por erro da Cada da Moeda foram cunhadas, no verso, como se fossem de cinco centavos. De acordo com informações divulgadas na ocasião, aproximadamente 40 mil moedas foram fabricadas com defeito e perderam o valor legal.

O episódio ocorreu dias antes do Natal e a correria das festas de final de ano e das viagens de férias tratará de sepultar o assunto dentro de mais alguns dias.

Longe de querermos fazer marcação cerrada sobre a Casa da Moeda, mas não se pode esquecer o escândalo do então presidente do órgão, Luiz Felipe Denucci, que depois de muito tempo foi demitido do cargo sob a acusação de ter recebido US$ 25 milhões em propina, dinheiro que foi ilegalmente transferido para contas bancárias pertencentes a duas empresas off shore, de propriedade da família.

Ainda ministro da Fazenda, Guido Mantega foi avisado com meses de antecedência sobre o escândalo, mas não tomou qualquer medida para permitir o que em qualquer empresa privada é considerado crime e, com toda certeza, acaba em prisão. Ao deixar de tomar qualquer providência, Mantega incorreu no crime de prevaricação, quando um agente público retarda ou deixa de praticar indevidamente ato de ofício, ou pratica-o contra disposição expressa de lei para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.

O imbróglio envolvendo Luiz Felipe Denucci veio à tona em fevereiro deste ano, mas até agora o governo do PT não deu qualquer explicação à vítima, que são os contribuintes brasileiros.

Ainda na seara da casa da Moeda, é importante destacar o caso dos novos passaportes, com a inscrição da palavra “Mercosul” e que passaram a vigorar em 2006, foram refeitos por erro de impressão. Recentemente, a Casa da Moeda produziu, a pedido do Itamaraty, 40 mil passaportes, que mesmo com defeitos foram enviados a diversas representações diplomáticas brasileiras no exterior. Por questões óbvias, o recall entrou em cena mais uma vez.

Deixando os passaportes de lado e voltado ao universo do dinheiro, o Palácio do Planalto ainda não deu explicações sobre os R$ 5 mil que sumiram da casa da Moeda, depois que um lote de dinheiro foi empacotado para ser remetido ao Banco Central. A Polícia Federal foi chamada para investigar, mas até hoje não se sabe qual solução foi dada ao caso.

Diz a sabedoria popular que de grão em grão a galinha enche o papo. Se cada brasileiro não tomar conta daquilo que lhe pertence, em breve os cidadãos terão perdido a nação para um bando de incompetentes que acredita ser a corrupção o caminho mais correto.