Dilma Rousseff será refém do PMDB em 2013 e terá de conviver com as cobranças e disputas do partido

Pedras no sapato – A presidente Dilma Rousseff terá de começar o ano com o pé direito, apesar de ser uma ferrenha defensora do esquerdismo. Refém do Congresso Nacional por causa das costuras políticas que lhe dão sustentação no parlamento, Dilma terá pela frente uma difícil missão. Sem o orçamento do próximo ano aprovado, a presidente precisará de algumas pílulas de diplomacia, mesmo que emprestadas, já que a partir de fevereiro dois peemedebistas estarão no comando do Legislativo federal.

Senador por Alagoas, Renan Calheiros voltará ao cargo após cinco anos da sua renúncia, motivada por suas vagas sagradas, que só vieram à cena por causa de um filho fora do casamento com a jornalista Mônica Veloso.

Profundo conhecedor dos meandros da política nacional, Calheiros sabe muito bem o valor de um apoio político. E cobrará cada fatura no momento certo. Fora isso, Renan Calheiros e Dilma Rousseff já se estranharam em passado recente.

Atual líder do PMDB na Câmara dos Deputados, o potiguar Henrique Eduardo Alves será o próximo presidente da Casa legislativa, substituindo o petista gaúcho Marco Maia, que passará a exibir sua obediência ao Palácio do Planalto no plenário.

Muito antes do fim do recesso parlamentar, o PMDB já está dividido, o que preocupa sobremaneira os palacianos. Por acordo político antecipado, Henrique Eduardo Alves está garantido na presidência da Câmara, mas há pelo menos duas disputas em andamento. A primeira contrapõe a atual vice-presidente da Câmara, Rose de Freitas (PMDB-ES) e o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), ambos também de olho na presidência da Câmara.

Delgado é do partido do governador Eduardo Campos, de Pernambuco, e presidente nacional do partido. Forte candidato à presidência da República em 2014, Eduardo Campos está com cacife para negociar com Dilma Rousseff. Fora isso, Júlio Delgado foi o relator do processo de cassação do agora condenado José Dirceu.