Haddad assume a prefeitura de SP com a missão de abrir caminho para Lula chegar ao Bandeirantes

Armação ilimitada – Quarta maior do planeta, São Paulo livra-se nesta terça-feira (1) de Gilberto Kassab e será administrada, nos próximos quatro anos, pelo petista Fernando Haddad, que venceu a eleição paulistana no vácuo de um coquetel que misturou o populismo barato e chicaneiro de Lula e promessas difíceis de serem cumpridas.

Além das promessas, Haddad será obrigado a abrir espaço em sua administração para o PT, que planeja estocar o PSDB e tentar desalojar os tucanos do Palácio dos Bandeirantes. Missão difícil, se considerarmos os nomes que circulam nos bastidores do partido como eventuais pré-candidatos ao governo paulista: Aloizio Mercadante e Alexandre Padilha, ministros da Educação e da Saúde, respectivamente.

Mercadante fracassou duas vezes ao tentar chegar ao Palácio dos Bandeirantes e nem mesmo em sonho repetirá o desempenho da eleição de 2002, que lhe rendeu 10,5 milhões como candidato do PT ao Senado. Padilha não tem seu domicílio eleitoral no estado e não passa de um ilustre desconhecido dos paulistas. Para aumentar os respectivos cacifes, ambos terão de rodar o estado de São Paulo e torcerem para que suas respectivas pastas sejam transformadas em usina de fatos positivos. O que é difícil em um governo que está perdido no meio de uma crise que deve continuar.

A ideia do PT é transformar a prefeitura paulista em palanque antecipado, uma espécie de laboratório eleitoral para testar Mercadante e Padilha, o que de certo queimará ambos. O plano B é deixar o tempo passar, o que faria com que os escândalos de corrupção envolvendo o PT deixassem as manchetes e caíssem no esquecimento, para que no último momento Lula saísse como candidato para despejar Geraldo Alckmin do governo de São Paulo. Essa estratégia pode naufragar no rastro dos desdobramentos dos casos de corrupção em que Lula está envolvido.

Pelo sim ou pelo não, cabe aos cidadãos da mais importante cidade do País a tarefa de impedir que essa catástrofe política ocorra em São Paulo, que, gostem ou não os brasileiros, continua sendo a locomotiva da nação.