Câmara dos Deputados dos EUA aprova projeto que evita “abismo fiscal”

No soar do gongo – Finalmente o Congresso dos Estados Unidos aprovou a lei que anula os efeitos do chamado abismo fiscal. Na noite de terça-feira (1), no horário local, a Câmara dos Deputados referendou o projeto aprovado durante a madrugada pelo Senado, que mantém o corte de impostos para a classe média e aumenta a taxa sobre os que ganham acima de US$ 400 mil anuais.

Agora o projeto aprovado segue para a sanção do presidente Barack Obama, que interrompeu as férias de final de ano, no Havaí, para se dedicar ao tema que lhe tirou o sono nas últimas noites.

“Embora nem democratas nem republicanos tenham conseguido tudo o que queriam, este acordo é a coisa certa a se fazer para nosso país e a Câmara deve aprová-lo sem atraso”, afirmou Obama em comunicado divulgado após o Senado ter aprovado a legislação por ampla maioria.

“Há mais trabalho a se fazer para reduzir nossos déficits, e estou disposto a fazê-lo. Mas o acordo desta noite nos garante que, ao ir para frente, vamos continuar a reduzir o déficit através de uma combinação de novos cortes de gastos e novas receitas dos norte-americanos mais ricos”, completou o presidente dos EUA.

A batalha no Senado norte-americano não foi tão dura, pois os Democratas têm a maioria das cadeiras. Já na Câmara o embate foi maior, pois a maioria é dos Republicanos, que desejam dificultar ao máximo a vida de Obama até 2012, quando ocorrerá nova disputa presidencial.

Mesmo aprovada e seguindo para a sanção presidencial, a proposta não resolve por completo a questão do abismo fiscal, uma vez que é encarada como solução temporária.

Isso se deve ao fato de o acordo não fixar a economia necessária, o que com que os Estados Unidos, em fevereiro próximo, voltem a se aproximar do limite de endividamento, obrigado os parlamentares e a Casa Branca a uma nova e tensa rodada de negociações.

Mesmo que os dois partidos, pressionados por Obama, tenham chegado a um consenso, as propostas provocaram desagrado entre democratas e republicanos. O senador democrata Tom Harkin fez duras críticas às concessões feitas pelo partido para alcançar o acordo.

O ponto que causou desgaste e discussões entre ambas as legendas foi a dúvida sobre estender as atuais taxas para todos, como desejam os republicanos, ou apenas para quem ganha de US$ 250 mil a US$ 400 mil anuais, como sugeriram os democratas.

Como citado anteriormente, os republicanos querem aumentar os cortes já propostos por Barack Obama, por que só assim evitarão que o atual presidente eleja o sucessor.

A falta de um acordo no Congresso norte-americano poderia não apenas complicar a situação fiscal dos Estados Unidos, provocando grave crise econômica no país, mas levando de roldão várias economias ao redor do planeta. Mesmo a solução sendo considerada de curto prazo, melhor assim.