Barril de pólvora – Liderada por Henrique Capriles, a oposição venezuelana acatou a decisão da Suprema Corte do país e aceitou o adiamento da posse do ditador Hugo Chávez, reeleito para mais um mandato de seis anos e que começa nesta quinta-feira (10).
Sem a necessidade de Chávez comparecer à cerimônia de posse e de prestar juramento à Constituição, o que serve para nada em regimes ditatoriais, a oposição intimou o vice-presidente Nicolás Maduro a assumir o poder e governar a Venezuela.
Entre o discurso manso da oposição e a verdade que reina na política venezuelana há uma enorme distância. Os oposicionistas não aceitariam tão facilmente o descumprimento do que determina a constituição local se não soubessem que nos bastidores do poder os chavistas estão em pé de guerra. Presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, que estava de olho no Palácio Miraflores, aceitou recuar diante da movimentação secreta de Maduro.
Escolhido pelo tiranete bolivariano como seu herdeiro político, Nicolás Maduro pediu ajuda à DEA (Drug Enforcement Agency), dos Estados Unidos, para enquadrar Cabello, que com a guarida de alguns militares de alta patente lidera o tráfico de drogas na Venezuela.
Esse jogo de cena que os chavistas levam ao palco não deve durar muito, pois em algum momento será preciso dar a notícia de que Hugo Chávez, que apostou contra a própria vida ao se submeter a uma cirurgia para conter a metástase de um sarcoma, está morto. Isso só não aconteceu até agora porque os atuais ocupantes do poder local aguardam o momento exato para revelar a verdade aos venezuelanos.