Gilberto Kassab quer trocar o apoio do PSD a Haddad e Dilma por um ministério e o setor de aviação

Fingindo de bobo – Quando o povo diz que na política só existem “aviões”, não é apenas figura de retórica. A expressão popular surgiu para fazer referência aos que são extremamente rápidos e ladinos, mas já serve para emoldurar a realidade.

Durante os dois últimos anos de seu mandato à frente da prefeitura de São Paulo, Gilberto Kassab, o incompetente, abandonou a maior cidade brasileira para dedicar-se à criação de seu novo partido, o PSD. E esse abandono pode ser conferido em qualquer canto da capital dos paulistas.

Na recente campanha à prefeitura paulistana, por questões de falsa coerência Kassab apoiou o tucano José Serra, diante das câmeras, mas antes já havia se atirado no colo do PT. Com a vitória de Fernando Haddad, a farsa foi desmontada de vez e Kassab passou a cobrar a contrapartida. O ex-prefeito, que é presidente nacional do PSD e ficou com o setor de turismo na administração paulistana, quer participação no governo federal pelo apoio do partido ao governo da presidente Dilma Rousseff no Congresso Nacional. Em outras palavras, agora entram em jogo as regras de qualquer lupanar de quinta. Paga-se antes para consumir depois.

Pois bem, Gilberto Kassab, que não está na política porque é um ingênuo, quer que o Palácio do Planalto presenteie o seu partido com a Secretaria da Aviação Civil (SAC) ou com a Infraero. O governo ofereceu a Kassab o Ministério da Micro e Pequena Empresa, que está em fase de montagem, mas o ex-alcaide paulistano disse que é pouco. Até os nomes já foram escolhidos dentro do PSD. Para o setor de aviação o indiciado é o do líder da bancada do partido na Câmara, Guilherme Campos (SP), enquanto para o Ministério da Micro e Pequena Empresa o nome mais comentado é o de Paulo Safady Simão, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic). Ambos são ligados a Gilberto Kassab.

Como se sabe, a senadora Kátia Abreu, que trocou o Democratas pelo PSD, deixando de ser uma ácida crítica do governo para engrossar a base aliada, sonha com o Ministério da Agricultura, uma vez que é presidente da Confederação Nacional da Agricultura e conhecida integrante da bancada ruralista. Kassab e Kátia Abreu não morrem de amores um pelo outro, o que ficou ainda mais notório nas eleições municipais de outubro passado. Gilberto Kassab já avisou aos palacianos que se Kátia Abreu for indicada para a pasta da Agricultura será na cota pessoal da presidente Dilma, não na do partido.

No momento em que o Brasil precisa ser passado a limpo e mudar os rumos da política, surge um alarife e cria um partido que é um verdadeiro hangar, repleto de “aviões”. Mesmo com essa mentalidade atrasada, há quem ouse dizer que o Brasil é o país do futuro. Cantilena que soa no território verde-louro há pelo menos cinco décadas.