Sem ter a obrigação da reeleição, Obama inicia novo mandato focado na economia

Menos pressionado – Com um cenário econômico longe da perfeição, mas não tão crítico quanto o que recebeu ao assumir a presidência dos Estados Unidos, 2009, Barack Obama iniciou o seu segundo mandato presidencial menos intranquilo, pois não terá a responsabilidade de acertar ao máximo para se reeleger. Em 20 de janeiro de 2017, ele e a família deixarão a casa Branca e o sucessor que cuide da Terra do Tio Sam. Obama tem a incumbência de deixar o terreno mais favorável possível ao Partido Democrata.

Mesmo sem a obrigação da reeleição, Obama tem ao seu lado o fantasma do abismo fiscal, que só não se consumou na virada do ano porque o presidente colocou contra a parede deputados e senadores de todas as facções. Dos liberais aos mais radicais, passando pelos moderados. Contando com a maioria democrata no Senado, Barack Obama já enfrentou uma Câmara de Representantes dominada por republicanos. Mas o inquilino da Casa Branca conta com a habilidade do vice Joe Biden, ex-senador com longos anos de parlamento, o que ajudou a evitar o tal abismo fiscal e tornam menos difíceis as negociações entre o Executivo e o Legislativo.

Em seu discurso de posse, nesta segunda-feira (21) em Washington D.C., Barack Obama deixou claro que na primeira metade do seu segundo mandato estará focado nas questões internas, em especial na recuperação da economia e na geração de empregos, o que ainda preocupa os norte-americanos. Somente depois de vencido esse desafio é que Obama dará mais atenção à política externa do país.

Dizendo que os EUA devem tirar lições do passado, em referência à crise econômica e à caótica situação do país deixada pelo antecessor, Obama declarou: “Agora, mais do que nunca, devemos fazer essas coisas juntos, como uma só nação e um só povo”. Ou seja, daqui para frente não há democratas e republicanos, mas apenas estadunidenses. Esse foi um duro recado ao Congresso, particularmente à Câmara de Representantes, onde os republicanos são maioria e querem dificultar a vida de Obama com o objetivo de emplacar algum candidato do partido na Casa Branca daqui a quatro anos.

O próximo embate entre a Casa Branca e o Capitólio deve acontecer dentro de algumas semanas, quando mais uma vez Obama terá de batalhar para conseguir o aumento do teto do endividamento do país, como forma de honrar os compromissos a partir de fevereiro.