Inflação dispara em janeiro, acima do esperado, e derruba discurso de Dilma da noite desta quarta-feira

Tiro no pé – Gravado com antecedência, o discurso de Dilma Rousseff que irá ao ar em cadeia de rádio e televisão, na noite desta quarta-feira (23), para anunciar mais uma vez a redução da tarifa de energia elétrica será inócuo. O objetivo da redução, segundo o governo, segundo o governo, é para tirar a economia da paralisia, mas na verdade trata-se de uma estratégia das autoridades para tentar segurar a inflação. Tanto é assim, que o ainda ministro Guido Mantega, da Fazenda, pediu aos prefeitos do Rio e de São Paulo para adiassem o aumento das tarifas de ônibus, gesto repetido com Geraldo Alckmin, a quem foi solicitado que o aumento das passagens de metrô e trens metropolitanos ficasse para depois.

O discurso de Dilma desta noite será perdido, pois a inflação subiu mais do que o esperado na primeira quinzena de janeiro. De acordo com o IPCA-15, divulgado pelo IBGE nesta quarta-feira, alcançou 0,88%, contra 0,69% registrado na segunda quinzena de dezembro, quando os preços tendem a subir por causa das festas de final de ano. Os vilões desse aumento foram os setores de bebidas, alimentos e serviços. No acumulado dos últimos doze meses, o IPCA-15 ficou em 6,02%, superior à taxa do período anterior, que registrou 5,78%.

O que mais preocupa entre os fatores que contribuíram para a alta do IPCA-15 é o setor de serviços, que representa 70% da economia. Isso pode provocar um efeito cascata, que será tonificado com o reajusta dos preços da gasolina e do diesel, que deve acontecer em breve.

A situação da economia piora ainda mais, pois o governo insiste em apostar no consumo interno como forma de enfrentar a crise. O erro dessa aposta está no fato de que dois terços da população, já endividada, recebem menos de dois salários mínimos por mês. A prova disso é a reajustar a tabela do Imposto de Renda, pois a grande massa de contribuintes está na faixa dos que ganham menos. E se o reajuste fosse dentro dos moldes esperados, a arrecadação do governo cairia e o chamado superávit primário iria pelo ralo.

A grande questão nesse imbróglio é que os petistas palacianos se acostumaram com a pirotecnia oficial e com a fanfarrice da era Lula, sem em nenhum momento terem se preocupado em descobrir o significado da palavra “planejamento”. De nada adianta colocar no Ministério do Planejamento alguém que desconheça o assunto, apenas para cumprir com o companheirismo partidário. O PT já teve uma década para mostrar a que veio, mas conseguiu a proeza de destruir um país que estava no trilho do desenvolvimento. Enfim, os petistas são magnânimos, primos de Aladim e netos de Messias. Cruzemos os dedos, pois!