Tudo combinado – Gostem ou não os seus operadores, a política é a arte da incoerência. E não há quem consiga mudar essa seara de hipocrisias. Quando os candidatos à prefeitura de São Paulo começavam a se mexer, Gilberto Kassab, então no comando da cidade, se atirou no colo do PT. Mas o despudor durou pouco, até que José Serra se declarasse candidato. Afilhado político do tucano, Kassab ficou calado durante a campanha de Serra, até porque se transformou em alvo dos ataques petistas durante a campanha.
Fernando Haddad, à época, fazia críticas a José Serra usando a palavra “vocês”, em clara referência a Gilberto Kassab, que foi vice do tucano na eleição de 2004. Haddad e Serra foram ao segundo turno, mas Kassab soube negociar seu silêncio diante das câmeras e microfones, porque nos bastidores atuava a favor do PT.
O resultado da negociação foi a entrega do setor de turismo da prefeitura paulistana à turma de Gilberto Kassab, que achou pouco e aumentou a mordida. Sob a promessa de levar de uma vez o PSD para a base de apoio à Dilma Rousseff no Congresso Nacional, Kassab deve abocanhar alguns cargos na máquina federal. Para acalmar o apetite do ex-alcaide paulistano, o Palácio do Planalto já planeja mudanças na estrutura diretiva da Caixa Econômica Federal, onde o PSD terá uma vice-presidência.
Como antecipou o ucho.info, o golpe palaciano é maior é mais ousado. O Ministério da Micro e Pequena Empresa deve ser entregue a Guilherme Afif Domingos, também do PSD, vice-governador de São Paulo e outrora parceiro de Geraldo Alckmin, que é candidato à reeleição.
Por causa da crise econômica o queijo não é da melhor qualidade, mas Dilma está com a faca do PT nas mãos. Enquanto isso, Alckmin se dedica a fazer caridade política, caindo nas esparrelas petistas e brindo o flanco àqueles que comandaram o período mais corrupto da história nacional. Se o PSDB não reagir com força e a tempo, a horda luliana controlará o mais rico estado brasileiro.