Há dois meses fugindo da imprensa, Lula encontrou tempo para nota de pesar pela morte de jovens no RS

Oportunismo barato – A cada novo dia que surge, o silêncio obsequioso de Luiz Inácio da Silva, que há mais de dois meses foge da imprensa, reforça a sua culpa nos escândalos de corrupção em que é acusado de participação.

Marcos Valério, condenado no processo do Mensalão do PT há mais de quarenta anos de prisão, acusou Lula de saber do esquema desde o início e de ter se beneficiado do maior escândalo de corrupção da história nacional. O ex-metalúrgico nega as acusações, mas até agora não deu qualquer explicação aos brasileiros de bem, porque a camarilha petista sabe como funcionou o esquema de compra de parlamentares e desvio de dinheiro público.

Na sequência o nome de Lula surgiu no escândalo que veio à tona graças à Operação Porto Seguro, da Polícia Federal, que flagrou servidores e autoridades envolvidas em um esquema de venda de pareceres de órgãos técnicos e agências reguladoras, todas aparelhadas pelo governo do PT. A operação da PF identificou como integrante da quadrilha a ex-chefe de gabinete do escritório paulista da Presidência, Rosemary Nóvoa de Noronha, que continuou no cargo a pedido de Lula, mas foi demitida.

Sempre falando em nome de Lula, de quem dizia ser namorada, Rosemary, a Marquesa de Garanhuns, mostrou intimidade com os comparsas nas 25.012 gravações telefônicas em poder da Polícia Federal. Inicialmente, quando o nome do ex-presidente surgiu no vácuo do imbróglio, o ministro da Justiça se apressou em dizer que a PF não fizera grampos telefônicos, mas apenas telemáticos.

Entre as gravações, algumas têm tirado o sono de Lula, pois se vazadas poderão não apenas revelar casos de corrupção com seu eventual envolvimento, mas confirmar o longevo relacionamento amoroso do petista com Rosemary Noronha, assunto que nos bastidores da política era de conhecimento de todos.

Da mesma maneira que até o momento não deu explicações sobre a acusação de ter participado do esquema do Mensalão do PT, Lula também não se pronunciou sobre o caso que terminou com o indiciamento da sua amante, que fez dezenas de viagens ao exterior no avião da Presidência e na companhia do ex-metalúrgico.

Oportunista como sempre, Lula não perdeu a chance de se manifestar diante da tragédia ocorrida em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, onde 2131 jovens morreram em incêndio em uma boate. No final do domingo, a assessoria de Lula divulgou nota de pesar em nome do ex-presidente e da ex-primeira-dama, Marisa Letícia. Se a decisão é não enfrentar a imprensa, que Lula pelo menos responda por escrito as perguntas de jornalistas sobre os escândalos de corrupção de seus governos.

A fuga do responsável pelo período mais corrupto da história nacional deve continuar por mais algum tempo, até que os casos caiam no esquecimento. Nos próximos dias, Lula irá a Cuba para visitar Hugo Chávez, algo que outras autoridades que desembarcaram em Havana não conseguiram, o que reforça as notícias sobre a morte do caudilho venezuelano.