Pressão para que Renan Calheiros desista da presidência do Senado cresce na proporção do jogo sujo

Sinuca de bico – A situação de Renan Calheiros (AL), candidato do PMDB à presidência do Senado Federal complica-se cada vez mais. Após o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, oferecer denúncia contar Calheiros no caso das notas fiscais frias de venda de gado, usadas para camuflar um escândalo ainda maior e que teve como condimento um relacionamento extraconjugal, o senador alagoano disse que se tratava de uma decisão político do chefe do Ministério Público Federal.

Gurgel, por sua vez, informou que a denúncia contra Renan Calheiros, enviada ao Supremo Tribunal Federal, está embasada nos documentos apresentados pelo próprio senador e que geraram investigações, as quais culminaram com a descoberta de uma operação sem ortodoxismo legal.

Por conta dessa situação, Renan Calheiros tem sido procurado por colegas de parlamento, para desista da candidatura, permitindo que o PMDB indique um nome de consenso e não exponha ainda mais o Senado Federal, uma vez que a classe política brasileira afunda cada vez mais na vala do descrédito.

A corda estica ainda mais no pescoço do senador alagoano quando à tona surgem denúncias de alguns de seus assessores, juntamente com os de Henrique Eduardo Alves (candidato peemedebista à presidência da Câmara dos Deputados) – cobraram propinas de um empreiteiro, Zuleido Veras, dono da Construtora Gautama, que foi alvo da Operação Navalha, da Polícia Federal.

À época da investigação, poucos documentos foram divulgados, mas entre o que foi levantado pela Polícia Federal há provas contra Renan e Henrique, que interferiram junto ao governo federal para a liberação de verba pata uma obra em Alagoas, no valor de R$ 77 milhões. Após a liberação de parte do montante, R$ 30 milhões, dinheiro que foi parar nos cofres da Gautama, a obra em questão está parada.

O mais estranho é que as tais provas contra Renan Calheiros e Henrique Eduardo Alves voltam à tona quase seis anos depois da Operação Navalha. Se à época as investigações não avançaram por algum motivo, a ressurreição das provas faltando poucos dias para a eleição das mesas diretoras do Congresso mostra que a razão é a mesma e o jogo político é vez mais sujo.

De olho no Palácio do Planalto e lançado por Fernando Henrique Cardoso como candidato do PSDB à Presidência da República em 2014, o senador mineiro Aécio Neves pilota a tentativa de fazer Renan desistir da candidatura. O Brasil que se prepare, porque sob a ponte ainda há de passar muita lama até o próximo dia 4 de fevereiro. Depois, definidos os cargos, todos os envolvidos na disputa se travestem de querubins.