Papel carbono – O projeto de poder do PT, que está sob o comando de Luiz Inácio da Silva, não se resume a reeleger Dilma e tomar de assalto o Palácio dos Bandeirantes, sede do Executivo paulista. No plano de Lula, o fujão, está abocanhar, como e quanto conseguir, o governo dos estados atualmente comandados por adversários políticos, que os petistas rasteiramente tratam como inimigos figadais.
Depois da onda de atentados criminosos na maior metrópole brasileira, São Paulo, que foi intensa durante semanas e causou apreensão entre os moradores, o alvo da bandidagem migrou para o Sul do País e colocou na alça de mira o estado de Santa Catarina, governado pelo democrata Raimundo Colombo, que em 2014 deve tentar a reeleição.
Desde a última quarta-feira (30) até a madrugada de domingo (3), o estado sulino foi alvo de 43 ataques criminosos, com diversos ônibus incendiados e bases policiais atingidas por disparos de arma de fogo. Até agora, as autoridades catarinenses registraram uma morte em decorrência da ação dos criminosos. Trata-se de uma estratégia chicaneira de desestabilizar o governo estadual e passar à opinião pública a sensação de inoperância do Palácio da Agronômica nas questões relacionadas à segurança pública.
Raimundo Colombo, juntamente com seus assessores afetos ao tema, precisa reagir à ação dos criminosos com prontidão e firmeza, uma vez que por trás dos ataques há interesses maiores e escusos.
Não custa lembrar que a ex-senadora Ideli Salvatti (PT-SC), que atualmente responde pela Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República e pode deixar o cargo na minirreforma ministerial agenda para este mês, sempre esteve de olho no governo catarinense. Ciente de que em 2010 fracassaria em sua tentativa de chegar ao Palácio da Agronômica, Ideli candidatou-se como forma de criar no estado palanque para Dilma Rousseff.
Ideli Salvatti, que foi recompensada inicialmente com o Ministério da Pesca e ainda deve aos contribuintes explicações sobre as lanchas superfaturadas, agora quer a contrapartida do esforço feito na última eleição estadual. Como o PT não tem proposta inovadora, exceto o ufanismo pirotécnico de sempre, e muito menos quadro para qualquer disputa em todo o País, a saída é a que todos os brasileiros diariamente leem nas manchetes da imprensa. Corrupção correndo solta de um lado e o crime organizado atuando livre e covardemente do outro.
Não demorará muito para o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, aparecer em cena e propor uma parceria ao governo de Raimundo Colombo para combater o crime organizado. Na sequência, Cardozo dirá que falta pouco para as organizações criminosas serem derrotadas, como se as polícias estaduais para nada servissem.