Imprensa reinventa o velho e descobre que fiscais da prefeitura de SP cobram propinas em alvarás

Quadrilha organizada – A imprensa começa a divulgar o que o mundo já sabia. Que fiscais da prefeitura da cidade de São Paulo cobram propina para liberar alvará de funcionamento de estabelecimentos comerciais, inclusive casa noturnas.

Maior cidade brasileira, São Paulo é um propinoduto a céu aberto. Há fiscais que viajam ao exterior como um reles cidadão vai à padaria. Um desses alarifes, que mora em bairro nobre da cidade, investiu o dinheiro imundo em flats e apartamentos de luxo. Em seu apartamento, na Zona Oeste da capital, guarda no cofre, em dinheiro vivo, US$ 100 mil para eventuais emergências.

Em uma das negociatas, o fiscal, para fechar os olhos, tomou de um empresário uma casa na Riviera de São Lourenço, praia badalada do litoral norte de São Paulo, com direito a porteira fechada. O antigo dono só levou as roupas, porque o restante entrou na negociação.

Esse comportamento criminoso dos fiscais paulistanos não é novidade. Basta circular pela cidade e ver quantos bares e restaurantes ocupam ilegalmente as calçadas, obrigando os pedestres a circularam pela rua e correndo o risco de atropelamento. Quem decide criar uma empresa de caçambas para entulho, na cidade de São Paulo, deve se preparar, porque a mordida dos fiscais é grande e dolorosa.

O tema já foi discutido em outras épocas, mas voltou à cena por causa do incêndio ocorrido na boate Kiss, em Santa Maria, e que fez 238 vítimas fatais. A obtenção de um alvará é algo tão complexo e burocrático, que alguns imóveis que têm essa licença são vendidos ou alugados com sobrepreço. Quando alguém decidir sacrificar o próprio negócio e denunciar esses quadrilheiros, talvez o assalto oficioso diminua.