Gigante no ar – A US Airways e a American Airlines devem receber autorização das autoridades norte-americanas para criar a maior companhia aérea do mundo. No contraponto, especialistas em antitruste alertam para a necessidade de as autoridades estarem atentas às concessões para preservar a competição em Washington, Charlotte, Dallas e outros aeroportos onde as duas empresas dominam o mercado
A American Airlines, da AMR, e a US Airways estão na fase final de uma negociação avaliada em US$ 11 bilhões e cujo acordo será anunciado nos próximos dias. Caso o negócio seja concluído e aprovado pelo governo, será a terceira maior fusão de companhias aéreas nos Estados Unidos desde 2008. Isso aumenta a vulnerabilidade do consumidor, que poderá pagar mais por passagens aéreas e com menos opções.
Para preservar a competição, especialistas em antitruste dizem que o Departamento da Justiça deverá pedir desinvestimentos no hub da US Airways em Washington e em Charlotte, além do hub da AMR em Dallas. Fora dessas áreas, as empresas fazem rotas diferentes, na maior parte do país.
“Se você colocar estas duas companhias em um mapa, você vai ver um monte de rotas complementares, mas não vai ver muitas nas quais as duas voam na mesma rota”, disse Herbert Hovenkamp, que ensina antitruste na Faculdade de Direito da Universidade de Iowa.
O Departamento da Justiça raramente se opôs à fusão de empresas aéreas nos últimos anos. A última vez que isso ocorreu foi em 2001, quando a United Airlines e a US Airways apresentaram proposta de acordo.
O advogado Alison Smith, da McDermott Will & Emery, disse que reguladores deverão aprovar a fusão entre AMR-US Air se as empresas concordarem em vender algumas rotas. “Esse é um cenário provável”, afirmou Smith.