Como relatado em matéria anterior, na qual justificamos o fato de ficarmos três horas fora do ar por causa das consequências da chuva vespertina desta terça-feira (19), São Paulo transformou-se em questão de minutos em cenário de filme de tragédia, resultado de dois dias seguidos de manifestação das águas celestiais.
Em ruas e avenidas registrou-se a queda de 139 árvores, sendo que algumas delas caíram sobre a rede elétrica, interrompendo o fornecimento de energia. A Eletropaulo, distribuidora de energia elétrica na Grande São Paulo, só inicia os reparos depois que a prefeitura retira as árvores que tombaram com a chuva e o vento.
Às 20h30 desta terça-feira, a cidade tinha 171 semáforos desligados ou em pane, o que só não complicou ainda mais o trânsito porque os motoristas resolveram voltar para casa mais cedo ou permaneceram no trabalho até minimizar o caos.
Pontos de alagamento em diversos pontos da cidade, antenas de telefonia celular tiveram problemas e impossibilitaram chamadas telefônicas, serviço de televisão a cabo comprometido por causa da chuva, falta de energia, acesso à internet inviável.
Esse quadro caótico é resultado da sequência de políticos irresponsáveis e gazeteiros que administram a cidade, sem se preocupar com o maior dos seus problemas, que é capacidade de absorver e escoar a água das chuvas. Longe do palanque, esses políticos simplesmente ignoram os prejuízos materiais e morais causados aos cidadãos.

Donos de veículos que foram invadidos por água imunda e lamacenta ou destruídos pela queda de árvores serão obrigados a brigar judicialmente com as seguradoras para ter o dano reparado. Cobrar da prefeitura o prejuízo exige paciência e persistência, pois trata-se de uma batalha de pelo menos uma década. Quem não tem o veículo assegurado e usa o carro para trabalhar deve se virar, porque a prefeitura não está preocupada com o assunto.
Nos últimos seis anos, Gilberto Kassab, agora protegido e adulado pelo Partido dos Trabalhadores, levou a cidade de São Paulo a uma das piores e mais degradantes situações de sua história. Kassab passou a maior parte se exibindo na vitrine da política e empenhado na criação de seu partido, o PSD, que agora engrossa a base de apoio ao governo da inoperante Dilma Rousseff.
Quando o Palácio do Planalto perceber a besteira que fez ao levar Kassab para a base aliada será tarde. Mas essas figuras que abusam da credulidade do cidadão se merecem recíproca e duplamente.