Contra a vontade popular, Fernando Haddad vai a Brasília para visita de cortesia ao enrolado Renan Calheiros

Fora do tom – Ainda sem mostrar a que veio, o petista Fernando Haddad, que pode alegar o pouco tempo de mandato à frente da prefeitura, cumpre nesta quarta-feira (20) uma agenda política em Brasília. Na capital dos brasileiros, além de tratar de interesses da maior cidade brasileira, Haddad confirmará a tese aqui amplamente difundida, que a política é a arte da incoerência.

Escolhido por Luiz Inácio da Silva, o fugitivo, para comandar a quarta maior cidade do planeta, Fernando Haddad incluiu em sua agenda de compromissos uma visita de cortesia ao presidente do Senado Federal, o peemedebista Renan Calheiros, que está na berlinda por causa da pressão exercida pela opinião pública, que quer o seu impeachment.

Renan, que chegou à presidência da Casa por causa de um acordo entre o PT e o PMDB, é refém do escândalo de corrupção que, em 2007, o obrigou a renunciar ao comando do Senado para salvar o mandato. Para pagar as despesas da filha que teve fora do casamento com a jornalista Mônica Veloso, o que configura outro escândalo para quem se vende como probo, o parlamentar alagoano usava dinheiro de uma empreiteira, provavelmente oriundo de propina.

Para justificar o injustificável, Renan Calheiros alegou que as referidas despesas foram pagas com dinheiro próprio e proveniente da venda de gado, mas o senador acabou tropeçando na mentira porque apresentou notas fiscais frias para justificar as transações. Fora isso, o preço alcançado por cada rês faz com que o rebanho de Renan Calheiros esteja em um altar acima do frequentado pelas vacas sagradas da Índia.

No momento em que a população brasileira cobra de Renan a sua saída da presidência do Senado, Fernando Haddad caminha na contramão da lógica e resolve fazer a tal visita de cortesia, como se o alagoano pudesse decidir, no Congresso, alguma questão em benefício da maior cidade brasileira. Ademais, Haddad não tem a aprovação do eleitorado paulistano para tal visita, que servirá apenas para reforçar os laços espúrios que unem o PMDB ao PT.