Fulanização do ridículo – Nada pode ser mais degradante na política do que um ex-presidente que ignora a importância do cargo ocupado e continua a fazer bobagem nos bastidores, como se o mundo lhe pertencesse. Não carece de qualquer explicação para que se perceba que nos referimos a Luiz Inácio da Silva, o fujão que agora deu para ser boçal.
Durante a festa realizada em São Paulo na noite de quarta-feira (20) para comemorar os 33 anos do PT e os dez anos em que o partido está no poder, Lula destilou sua conhecida soberba, ignorando os adversários e, como sempre, fazendo zombarias com o PSDB, mais precisamente com o senador Aécio Neves, provável candidato do partido para disputar a Presidência da República em 2014.
O ser humano precisa compreender que Lula nada tem de divindade, pelo contrário, está mais próximo de lúcifer, e que como tal ataca quando se sente ameaçado. É a reação típica de um animal que diante do perigo precisa sobreviver.
Os ataques de Lula são tão falsos quanto os mísseis que a União Soviética exibia em paradas militares durante a Guerra Fria. Enquanto se mostra um suicida político diante de câmeras – microfone ele não quer ver pela frente –, Lula exala fraqueza e preocupação. Está a cargo de Lula, não de Dilma Rousseff, a condução da reforma ministerial que estava marcada para fevereiro e foi transferida para março. O ex-metalúrgico trabalha para incluir nessa reforma o Partido da República, que foi escorraçado da Esplanada dos Ministérios no vácuo do escândalo protagonizado por Alfredo Nascimento, então ministro dos Transportes.
A ideia de Lula e Dilma é cooptar o PR novamente, desta vez entregando ao senador Blairo Maggi o Ministério da Agricultura. Essa estratégia mostra que Lula quer tirar o PR de uma possível aliança com Aécio Neves ou Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidente do PSB, ambos de olho no Palácio do Planalto, reduzindo o risco do projeto de reeleição da “gerentona” inoperante. Ou seja, aquele espetáculo de herói bêbado de botequim que Lula protagonizou durante a festa petista não passou de uma encenação barata, uma ópera bufa.
O retorno do PR ao governo de Dilma Rousseff deixa claro mais uma vez que o Palácio do Planalto não se incomoda com corrupção e não tem problemas em conviver com corruptos, desde esses vendam sua consciência. Não se trata de impingir corrupção ao currículo de Blairo Maggi, mas o senador mato-grossense é padrinho político de Luiz Antonio Pagot, o ex-diretor do Dnit que ameaçou detonar o PT durante a CPI do Cachoeira e misteriosamente acabou abraçando o silêncio.
A ópera de bordel ganha seu capítulo derradeiro com o fato de que as negociações com o PR passam obrigatoriamente por Valdemar Costa Neto, deputado federal por São Paulo que em breve perderá o mandato na esteira de condenação no processo do Mensalão do PT. Esse é o partido que, segundo Lula, revolucionou o País e descobriu o Brasil em 1º de janeiro de 2003. Como se Lula tivesse Aladim e Messias como avôs e Pedro Álvares Cabral, como padrinho de batismo.