Dupla face – Ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann – que segundo Nelson Jobim não conhece nem mesmo Brasília e de acordo com Lula não entende de portos – já fatura politicamente com a iniciativa do projeto de lei que acabou os 14º e 15º salários de deputados e senadores.
É bom lembrar que a preocupação de Gleisi com o dinheiro público, se de fato existe, é coisa nova e surpreendente. Em 2011, Gleisi Hoffmann, que está de olho no governo do Paraná, foi notícia nacional quando se descobriu sua manobra para ser “demitida” de Itaipu e receber férias, indenização sobre o FGTS e direito a saque do FGTS, o que lhe rendeu R$ 145 mil.
Em 2006, como planejava candidatar-se ao Senado, de acordo com a legislação eleitoral teria de pedir demissão do cargo de diretora financeira da Itaipu. Em outras palavras, Gleisi Hoffmann deixou a usina hidrelétrica porque livre e espontânea vontade, o que não daria direito aos benefícios trabalhistas de um demitido, mas por meio de um acordo com o comando da empresa a atual ministra trocou a “exoneração a pedido”, o que de fato ocorreu, pela “exoneração”, ou seja, demissão, garantindo a verba extra.
Descoberta a esperteza, que logo foi transformada em notícia nacional, Gleisi tentou minimizar escândalo, dizendo estar disposta a devolver o dinheiro aos cofres de Itaipu.
Como no PT o “mas” é uma das conjunções mais usadas, a petista Gleisi Hoffmann antes de abrir a carteira, tentou exalar probidade e solicitou à Procuradoria Geral da República um parecer sobre o caso. Desde então, o escândalo caiu no esquecimento e ficou o dito pelo não dito. Assim o PT conseguiu fazer da última década a melhor de todas na história secular do Brasil.