Caminho sem volta – Depois de quase seis anos parte dos brasileiros começam a perceber que a realização da Copa do Mundo no País, em 2014, é um dos grandes absurdos do planeta em termos governamentais. Em 31 de outubro de 2007, quando a FIFA anunciou que o Brasil sediaria a competição, o ucho.info não economizou palavras para afirmar que tal decisão se tratava de um grande equívoco da instituição futebolística e uma enorme irresponsabilidade do governo brasileiro.
Em meio às comemorações que tomaram várias cidades do País, de Norte a Sul, o governo do então presidente Lula preferiu a acusação rasteira, típica de incompetentes, de torcer contra o Brasil.
Diferentemente do que afirmaram, à época, os palacianos, nosso papel é alertar a população para as mazelas do Estado, que se nega a dar a devida contrapartida dos impostos pagos pelos contribuintes. O assunto avançou de forma atabalhoada e abriu espaço para o ufanismo de muitos políticos e autoridades, como foi o caso do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB).
Quando a FIFA ainda decidida qual cidade brasileira (Rio de Janeiro ou São Paulo) seria a sede temporária da instituição, Eduardo Paes abusou da bazófia e declarou, apontando para a paisagem da capital dos fluminenses: “Chinelada na paulistada. É humilhante… Mostro a vista e mostro um negócio desses. Vai levar o que pra São Paulo?”. Por sorte a maior cidade brasileira não recebeu essa carga extra para carregar.
Há dias, as chamas devoraram um apartamento na Zona Sul do Rio, em que viviam um desembargador do Tribunal do Trabalho e sua esposa, sendo que o Corpo de Bombeiros demorou meia hora para levar até o local uma viatura com a chamada escada Magirus. Fora isso, os hidrantes existentes na rua do acidente estavam sem água. Mesmo assim, a taxa de incêndio já está sendo cobrada dos moradores da Cidade Maravilhosa.
Na noite de terça-feira (5), uma forte chuva alagou boa parte do Rio, deixando dezenas de ruas alagadas e provocando quatro mortes. Na manhã desta quarta-feira (6), a cidade ainda exibia as reticências do estrago: ruas submersas, lixo espalhado por todos os cantos e muitos bairros sem energia elétrica.
O Brasil não tem condições de sediar qualquer evento de grande magnitude, pois há uma enorme fila de prioridades que os messiânicos petistas e seus aliados políticos preferem ignorar. Por outro lado, o prefeito Eduardo Paes, que conseguiu a proeza de ser reeleito mesmo sendo um incompetente conhecido, deveria se encher de coragem e mostrar a vista do Rio nesta quarta-feira para os dirigentes da FIFA.
Fica aqui, prefeito Eduardo Paes, o desafio do ucho.info para que Vossa Excelência mostre ao Brasil e ao mundo coragem. Aguardemos, pois!