Para salvar o Vaticano, Odilo Scherer tenta desmentir o que a história comprova

(Foto: Vincenzo Pinto - AFP)
Encruzilhada da fé – A escolha do novo papa, que substituirá o alemão Joseph Ratzinger, perdeu os holofotes com a morte do caudilho bolivariano Hugo Chávez, mas os cardeais continuam ativos na Santa Sé e defendendo o indefensável. É o caso do arcebispo de São Paulo, cardeal Odilo Scherer, que no jornal da sua arquidiocese (“O São Paulo”) criticou o que ele classificou como “sensacionalismo” da imprensa em relação à Igreja Católica.

“É sempre importante tentar saber de qual púlpito vem o sermão e perguntar se merecem crédito certas afirmações bombásticas, de efeito retórico (por exemplo, ‘guerra civil no Vaticano’…), que não se sustentam em fatos”, escreveu Scherer.

“É preciso lembrar que cada um deverá prestar contas a Deus pelas afirmações mentirosas e injuriosas ditas contra o próximo ou também a igreja”, completou o arcebispo da capital paulista, que tornou-se um dos cotados para assumir o comando do Vaticano.

Dom Odilo Scherer tem o direito de externar seu pensamento e de defender a instituição à qual pertence, mas não há “afirmações bombásticas que não se sustentam em fatos”. O clérigo pode até não gostar da parte da história da humanidade que relata as mazelas da Igreja Católica, mas fatos passados não desaparecem nem mesmo por milagre.

Há, sim, uma intensa briga pelo poder nos bastidores do Vaticano e esse cabo de guerra acontece há décadas. Quem conhece os escaninhos da Santa Sé sabe como se desenrolam as atividades criminosas, muitas delas envolvidos mafiosos e especialistas em lavagem de dinheiro. Quando uma instituição que vende pureza e fala em pecado chama para conselheiro financeiro um mafioso como Michele Sindona, o Tubarão, não o faz por inocência ou desconhecimento, mas porque há um conhecido envolvimento da Igreja com o crime organizado.

Não bastassem esses detalhes, o Banco do Vaticano é conhecido internacionalmente como uma impenetrável lavanderia financeira, que esconde o produto dos crimes cometidos por muitos clérigos, mafiosos, traficantes de drogas e membros de algumas instituições suspeitas que dizem defender o Catolicismo.

A quebra do Banco Ambrosiano foi a primeira ponta de um iceberg a surgir no oceano imundo que margeia o Vaticano. Odilo Scherer tem o direito de discordar e desde já tem o seu direito de resposta garantido por antecipação, pois é assim que fazemos jornalismo, mas o papável deveria admitir o que acontece intramuros e reconhecer que essa não foi a lição por Cristo aos seus seguidores.

Inexiste na Bíblia qualquer passagem em que Cristo tenha se envolvido com mafiosos ou lavado dinheiro para traficantes e criminosos. De igual modo, Cristo não foi citado ao longo da história em qualquer caso de pedofilia. Se Dom Odilo Scherer não sabe, em sua arquidiocese há muitos padres que cobram propinas de fornecedores e prestadores de serviços, em especial os que trabalham no setor de casamento. Para ser candidato a papa, Scherer deveria no mínimo prestar mais atenção no seu rebanho, porque o banditismo corre solto em muitas igrejas paulistanas. Sempre lembrando que este site não está a questionar os fundamentos do Cristianismo, mas contestando o modus operandi dos representantes de Cristo.

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