Golpe novo – O futuro da Venezuela após o anúncio da morte de Hugo Chávez é cada vez mais incerto e a temperatura política começa a subir e a ultrapassar as fronteiras dos bastidores. O caudilho bolivariano ainda está sendo velado, o que acontecerá nos próximos sete dias, mas o cenário dá claros sinais de que a disputa pelo cargo será ferrenha.
Tão logo o Palácio de Miraflores decidiu encerrar a farsa e anunciar a morte de Chávez, o ucho.info foi incisivo ao afirmar que Nicolás Maduro, vice-presidente que assumiu a interinidade da presidência, tornara-se um cidadão comum devido ao fato de o tiranete, morto há algumas semanas, não ter tomado posse oficialmente e nem prestado juramento.
Rasgando a Constituição e protagonizando o primeiro golpe pós-Chávez, os bolivarianos anunciaram, com base em decisão tomada pelo chanceler Elías Jaua, que Maduro continuará no cargo até a convocação de nova eleição. De acordo com a legislação vigente, na ausência permanente do presidente o poder é transferido ao chefe do Legislativo federal, nesse caso Diosdado Cabello, que trava uma guerra silenciosa e particular com Nicolás Maduro.
Ex-candidato presidencial Henrique Capriles acusou, nesta sexta-feira (8), a Justiça venezuelana de fraudar a Constituição ao permitir que o vice-presidente, Nicolás Maduro, possa se candidatar à presidência enquanto está no comando do país. A aberração maior em termos jurídicos é que Maduro não foi eleito vice-presidente, mas indicado por pelo então presidente. Sem a posse de Hugo Chávez, o ex-motorista de ônibus (Maduro) nada representa no âmbito do Estado venezuelano.
O segundo grande golpe chavista será empossar Nicolás Maduro no cargo de presidente em cerimônia marcada para as 19 horas (20h30 no horário de Brasília), a quem caberá convocar nova eleição. Nessas quatro semanas até a convocação da eleição presidencial, muita coisa pode acontecer, inclusive um novo golpe.
No microblog que mantém no Twitter, Henrique Capriles foi duro ao criticar a decisão da Justiça: “A sentença do Tribunal Supremo de Justiça é uma FRAUDE (sic) constitucional e assim o denunciamos ao mundo”.