Sinal vermelho – O governo federal insiste em mostrar à população uma realidade econômica que não existe e, além de tudo, é extremamente preocupante, pois a junção dos fatos proporciona um cenário nada sombrio. Como noticiamos anteriormente, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,6% em fevereiro. Nos dois primeiros meses do ano, a variação situou-se em 1,47%. Considerando os últimos doze meses, o índice foi para 6,31%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira (8).
Os palacianos precisam decidir o que fazer com a inflação e qual será o remédio para combatê-la. Se a escolha do governo for a desvalorização do dólar, como tem ocorrido nos últimos anos, a economia dificilmente crescerá nos índices esperados, uma vez que a indústria nacional sofrerá com a concorrência dos produtos importados e perderá ainda mais a competitividade para exportar. Com isso, o desemprego torna-se o segundo fantasma da economia, depois da inflação, enquanto o consumo interno gerará postos de trabalho no exterior.
De acordo com o professor e coordenador do Centro de Macroeconomia Aplicada da Escola de Economia da FGV-SP, Emerson Marçal, esse resultado já era esperado. “A inflação medida pelo IPCA deste ano deve ficar entre 6% a 6,5% no acumulado em 12 meses ao final de 2013, ou seja, próximo do teto da meta estabelecida para o ano. Entretanto ainda não é possível descartar a possibilidade de que o IPCA feche o ano acima do limite superior da meta estabelecido em 6,5%. Os alimentos e o setor de serviços devem continuar pressionando a inflação ao longo do ano”.
Para conter a inflação, o governo poderia tomar algumas medidas, entre elas, subir a taxa básica de juros, Selic. “Já na próxima reunião, o Banco Central poderia iniciar um ciclo de subida da taxa Selic. Uma política fiscal mais contracionista ao longo do ano também seria uma opção interessante”.