Prefeito da “Veneza tupiniquim”, Haddad promete desarquivar projetos contra enchentes

Conversa mole – Pode ser mais uma entre tantas promessas feitas no passado acerca do assunto, mas o prefeito Fernando Haddad (PT) disse nesta encalorada sexta-feira (8) que a administração paulistana deve tirar da gaveta 79 projetos de obras contra enchentes, uma das grandes mazelas da maior e mais importante cidade brasileira.

Construída sem qualquer planejamento, quase que totalmente impermeável e tendo avançado nas áreas de várzea dos rios, São Paulo transforma-se na versão tropical a cada chuva forte. Os projetos a que Haddad fez referência estão parados há pelo menos quinze anos, o que mostra que o agora aliado Gilberto Kassab (PSD) e a companheira Marta Suplicy (PT) fecharam os olhos para o problema.

É importante lembrar que certa vez, enquanto estava prefeita, Marta Suplicy abusou da arrogância diante de cidadãos que reclamavam das enchentes que ocorriam às margens do córrego Pirajuçara, na Zona Sul da cidade, e disparou mais uma de suas célebres frases: “Pobre é falso, diz que não tem nada, mas qualquer chuvinha diz que perdeu tudo”.

Independentemente da promessa de Fernando Haddad, a prefeitura de São Paulo deve ser responsabilizada e cobrada pelos prejuízos materiais e morais causados pelas enchentes por todos os cidadãos que se sentirem prejudicados. O poder público não pode permanecer impune, pois sua capacidade de cobrar impostos é impressionantemente célere.

No momento em que a Justiça receber a primeira ação de cobrança contra a prefeitura da quarta maior cidade do planeta por causa das enchentes, os tais projetos sairão da gaveta. Até lá, qualquer discurso oficial não passa de conversa fiada.

Mesmo assim, Haddad deveria perguntar a Kassab e à agora ministra Marta Suplicy por qual razão eles cruzaram os braços diante das enchentes. E não custa estender a pergunta a José Serra.