Sérgio Cabral abusa da polêmica dos royalties do petróleo e suspende pagamento de bolsistas da UERJ

Golpe rasteiro – Conhecido por seu comportamento gazeteiro, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho (PMDB), já apela ao sensacionalismo na tentativa de forçar busca de uma solução para a polêmica dos royalties do petróleo, cujos vetos presidenciais ao projeto foram derrubados no Congresso Nacional na última semana e seguiram ao Supremo Tribunal Federal.

Logo após Cabral Filho anunciar a suspensão dos pagamentos do governo fluminense, até que o assunto dos royalties seja solucionado, os bolsistas da Universidade Estado do Rio de Janeiro deixaram de receber, já sexta-feira (8), a ajuda de custo no valor de R$ 400.

Os alunos que perceberam a falta do depósito na conta bancária entraram em contato com a UERJ e foram informados que o pagamento estava suspenso por ordem do governador. No sábado (9), o reitor da universidade, Ricardo Viveiralves, divulgou nota para explicar o problema. “Desde 7 de março o sistema financeiro do estado do Rio de Janeiro está bloqueado por determinação do governador Sérgio Cabral. Os empenhos estão bloqueados. Como Reitor, estou agindo no sentido de minimizar danos, de modo que sejam os menores possíveis para a comunidade universitária”, escreveu o reitor.

A estratégia de Sérgio Cabral Filho é sórdida e não leva em consideração que os bolsistas da UERJ nada têm a ver com a polêmica que se criou no Congresso Nacional a partir do ufanismo de Lula, que precisava de algum factóide para circular pelo planeta como xeique tupiniquim do petróleo. Até o anúncio da exploração de petróleo na camada pré-sal, cuja pesquisa e detecção não são obras do governo do PT, a questão dos royalties não era alvo de polêmicas.

A queda de braço surgiu depois que Lula resolveu faturar no vácuo de uma riqueza que está nas profundezas do Atlântico e cuja exploração requer métodos específicos e ainda desconhecidos ou em fase de testes. O que o ex-presidente fez de maneira irresponsável foi anunciar o uso de recursos financeiros que ninguém sabe quantificar ao certo.