Alckmin deve deixar os discursos estatísticos e resolver o problema da segurança pública em SP

Papo furado – Governador da mais importante unidade da federação, o tucano Geraldo Alckmin insiste em usar números estatísticos para explicar a violência em São Paulo. “Tivemos um pico no final do ano passado e agora há uma queda forte. Em janeiro, os indicadores foram menores do que dezembro e em fevereiro, menores do que janeiro. Isso indica claramente que temos que perseverar nesse trabalho”, disse Alckmin no começo da noite de segunda-feira (25), horas depois de a Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP) divulgar números que apontam a duplicação do número de homicídios no primeiro bimestre do ano, em comparação ao mesmo período de 2012.

De acordo com dados da SSP, na capital paulista 30 pessoas fora vítimas de latrocínio (roubo seguido de morte) nos dois primeiros meses de 2013, contra 15 em janeiro e fevereiro do ano passado. Ao tentar minimizar a onda de violência, o governador tucano disse que São Paulo é o estado com menor índice de homicídios por 100 mil habitantes.

Esse tipo de palavrório não serve para acabar com o temor que toma conta dos paulistanos, cada vez mais preocupados com as questões relacionadas à segurança pública. Esse discurso teimoso de Alckmin não convence a família que perdeu um dos seus entes na esteira da violência urbana.

O fato de outros estados apresentarem índices percentuais maiores de violência não serve de desculpa para Geraldo Alckmin, que foi eleito para governar São Paulo e solucionar os respectivos problemas.

O fato de o PSDB fazer oposição ao governo do Partido dos Trabalhadores no âmbito federal não significa que os paulistas devem concordar com o fraco desempenho do governo estadual no combate à criminalidade. Se o problema transcende as fronteiras do Estado, que o governador aponte o dedo na direção dos culpados e deixe de conversa fiada, pois nenhuma desculpa explica um latrocínio.

Há meses, o governador promoveu uma mudança no comando da Secretaria de Segurança Pública, substituindo o então secretário Antonio Ferreira Pinto por Fernando Grella Vieira, que assumiu a pasta em meio a uma onda de ataques patrocinados por organizações criminosas. Estatística sobre segurança pública só serve como conversa de restaurante e boteco e para quem anda em carro blindado e com seguranças. Do contrário, é enganação fantasiada.