Barril de pólvora – O chamado “Feirão da Petrobras”, balcão de negócios em que a estatal petrolífera está se desfazendo de empresas por dez por cento do valor tem todos os ingredientes para se transformar em um escândalo de grandes proporções e abalar as estruturas da campanha antecipada de Dilma Rousseff pela reeleição.
O imbróglio é tamanho, que integrantes do primeiro escalão do governo estão indignados com o assunto e nos bastidores falam com pessoas próximas sobre a falta de atitude de Dilma, que foi apresentada ao eleitorado nacional como uma especialista em questões de energia.
Um ministro, que ocupa cadeira de destaque na Esplanada dos Ministérios, telefonou a amigos no final de semana sugerindo a leitura da última edição da revista Época, que trouxe como presente de Páscoa mais uma confusão do governo do PT.
A indignação que toma conta das coxias do poder tem crescido nas últimas horas e já há quem analisa a possibilidade de deixar o governo para evitar qualquer tipo de contaminação provocada pelo caso. Se essa preocupação aterrissou na banda superior do governo é porque o escândalo é muito maior do que se imagina.
Entre empresários da cidade de São Paulo o assunto tomou conta das conversas, sendo que muitos já admitem a possibilidade de o desespero da Petrobras em dilapidar o patrimônio para fazer caixa ser uma operação orquestrada e que funciona como lavanderia financeira. E crescem as especulações sobre pessoas muito próximas ao Palácio do Planalto serem os beneficiários finais desse “feirão” da estatal petrolífera.
Se os partidos de oposição souberem levar o assunto adiante, o governo do PT pode cair em contradições ao tentar explicar o inexplicável. Resta saber se o rolo compressor palaciano permitirá que isso aconteça. O abafamento do caso não custará barato à presidente Dilma, que será obrigada a abrir a caixa de bondades para comprar o silêncio da base aliada.