Ministro da Saúde não consegue administrar os problemas da pasta, mas palpita na medicina privada

Fio trocado – Para camuflar a própria incompetência, o Estado se dedica a dificultar o cotidiano do setor privado, como se os serviços públicos gravitassem na órbita da excelência, como certa vez anunciou o agora lobista-fugitivo Luiz Inácio da Silva.

Nesta quarta-feira (3), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou durante audiência pública na Câmara dos Deputados a edição de norma que exigirá das operadoras de planos de saúde a criação de ouvidorias para o atendimento dos respectivos usuários. De acordo com Padilha, que por enquanto é o candidato do PT ao governo paulista, a norma será publicada na quinta-feira (4) no Diário Oficial da União.

Segundo determinação do governo, tais departamentos de atendimento ao usuário deverão contar com um ouvidor titular e outro substituto, atuando com exclusividade na função. As ouvidorias, explicou Padilha, terão obrigatoriamente canais de contatos específicos, protocolos de atendimento e equipes com capacidade de analisar e responder às solicitações dos usuários em no máximo sete dias úteis.

O ministro da Saúde disse também que as operadoras com mais de 100 mil clientes terão 180 dias para instalar as ouvidorias, enquanto as com menos clientes terão até um ano para cumprirem a nova regra.

O governo deveria se preocupar com a saúde pública, sem deixar as operadoras privadas de lado. Os usuários do SUS são reféns de um sistema de saúde fracassado, que obriga um cidadão a esperar mais de ano por determinadas cirurgias. Aproveitando que Alexandre Padilha está preocupado com os usuários dos planos de saúde, que ele explique como devem fazer os que usam o sistema público, que reclamam e não têm solução. Assuntos relacionados aos planos de saúde são de responsabilidade da Agência Nacional de Saúde Suplementar, não de um ministro que não consegue enxergar os problemas da própria pasta.

A saúde privada entrou em colapso no Brasil não apenas pela incapacidade gerencial das empresas, mas porque o número de vagas de trabalho cresceu repentinamente sem que as autoridades olhassem o entorno. Nos últimos anos, empresas passaram a contratar trabalhadores, que ingressaram nos planos de saúde privada, sem que as operadoras pudessem fazer qualquer alteração no preço médio das apólices.

O governo do PT, que carece de conhecimentos básicos de planejamento, acredita que estimular a economia é tão fácil e simples quanto encher o pneu de uma bicicleta. Dependo da calibragem, o pneu estoura ou a bicicleta quebra. E assim caminha o Brasil, aquele país de todos e sem miséria, cujos governantes circulam pelo mundo a dar lições de como lidar com a crise econômica.