Motivada pela inoperância do Estado, insegurança em São Paulo afeta sobremaneira o bolso do cidadão

Mãos ao alto – Muito além do pavor que despeja sobre a população, a insegurança pública afeta sobremaneira o bolso do cidadão, sem que ele perceba as causas desse “assalto” que acontece na esteira da falência do Estado.

Quem comprou um carro novo e contratou um seguro, pode se preparar porque com o passar dos anos o serviço tende a encarecer. Depois de um ano de uso, um carro assegurado na cidade de São Paulo custa mais do que quando saiu da concessionária. Ou seja, o bem perdeu valor, mas o seguro aumentou. As empresas seguradoras alegam que esse aumento se deve à elevação do risco, o que se deve entender como inoperância do governo no combate aos roubos.

A situação piora quando o assunto é estacionamento. Com a cidade entupida de carros e sem espaço para estacionar, o motorista acaba optando por um estacionamento privado. Na região da Avenida Paulista, centro financeiro do País e onde o metro quadrado é um dos mais caros em todo o território nacional, a primeira hora em um estacionamento não sai por menos de R$ 15. As seguintes custam R$ 10 cada. A justificativa é o alto custo dos alugueis das poucas áreas livres que ainda restam na avenida.

Se o cidadão for motociclista, a carteira precisa estar preparada. Estacionar uma motocicleta na Avenida Paulista custa R$ 20 a primeira hora, sendo que as adicionais R$ 5 cada. A reportagem do ucho.info perguntou à caixa do estacionamento no instante em que um motociclista desistiu de estacionar por causa do preço. A resposta é que a Avenida Paulista, apesar dos policiais militares que estão espalhados ao longo das calçadas, ainda é considerada pelas seguradoras como uma área de risco, principalmente para motos.

Quando o Estado cobra do cidadão valores absurdos de impostos, o mínimo que se pode esperar é uma contrapartida à altura, o que no Brasil não acontece, como é fácil perceber. Entre os quesitos que integram essa contrapartida, a segurança pública é um deles, mas na maior cidade brasileira as pessoas vivem em pânico quase constante, pois nunca sabem o que pode acontece no minuto seguinte. Para se ter ideia do ponto em que chegou o descaramento dos marginais, celular são levados por bandidos de bicicleta que arrancam o aparelho das mãos do usuário enquanto esse fala ao telefone.

É fato que muitos dirão que os índices de criminalidade em São Paulo estão abaixo da média brasileira e dentro do que a ONU considera como razoável, mas somente quem vive na quarta maior cidade do planeta sabe o que representa essa insegurança. Ao contrário do que sugere a essência do ser humano, todos são suspeitos quando se sai às ruas em São Paulo. Se o governador Geraldo Alckmin não tirar a polícia dos batalhões e adotar a tolerância zero, viver na capital paulista passará a ser um transtorno irreversível.