Perna curta – O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que no máximo sabe substituir uma lâmpada queimada, disse nesta segunda-feira (8) que não há possibilidade de racionamento de energia no País e muito menos risco de desabastecimento durante a Copa das Confederações e a Copa do Mundo de 2014. Lobão convocou entrevista coletiva para desmentir matérias publicadas recentemente na imprensa que mostram que atrasos nas obras de energia podem levar o Brasil a um racionamento de energia.
“Lamento o tom alarmista com que isso vem sendo tratado. Não quero crer que haja nisso qualquer motivação política, mas o fato é que, com isso, desassossega-se o país e geram-se incertezas econômicas”, disse Lobão. Segundo ele, os atrasos em obras no setor elétrico não porão em risco a segurança do sistema elétrico brasileiro, “em nenhuma hipótese”, porque o país tem garantido o suprimento para hoje e para os próximos anos.
O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, admitiu a existência alguns atrasos em obras, mas disse que isso é “bastante comum”. Segundo ele, o cronograma estabelecido pela Aneel para as obras têm alguma folga e os atrasos não comprometem a questão do abastecimento. O presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim, disse que os dados que foram usados nas reportagens incluem usinas que não estão no planejamento energético do governo. “Temos um equilíbrio estrutural, ou seja, oferta maior que a demanda. Isso porque se planeja com folga, existem leilões de reserva para o caso de, se haver atrasos, ter uma folga no setor”.
Segundo Lobão, o nível dos reservatórios das hidrelétricas, que no fim do ano passado estava baixo, está se normalizando. Ele explicou que as termelétricas continuam acionadas por enquanto para que se faça um estoque de energia nos reservatórios das hidrelétricas. “Se temos uma matriz hidrotérmica, temos que usar quando necessário. As térmicas existem para ser usadas, não para enfeitar o sistema”, disse o ministro.
A decisão sobre o desligamento das termelétricas será tomada nas próximas reuniões do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico. O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, explicou que a cada mês o grupo avalia a situação dos reservatórios das hidrelétricas e que a decisão depende da possibilidade de atingir o nível-meta de cada reservatório.
O mesmo Hermes Chipp disse, há alguns meses, que não há como descartar a possibilidade de um apagão elétrico, pois o sistema de transmissão de energia precisa ser modernizado, o que exigiria investimentos bilionários por parte do governo federal. E isso não acontecerá tão cedo, pois o custo da energia ao consumidor, que sempre paga a conta, seria majorado e impactaria no cálculo da inflação.
Não custa lembrar que Dilma Rousseff, então chefe da Casa Civil, garantiu, por ocasião do apagão de 2009, que o Brasil não correria risco de qualquer crise no abastecimento de energia. Meses depois, o Brasil ficou às escuras. Os apaixonados por futebol que reforcem os estoques de velas e lampiões, pois os jogos de ambas as Copas têm tudo para acontecer em clima de romantismo.