Armação ilimitada – Formados por três empresas cada, dois consórcios disputam a licitação para a gestão do Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã, pelo período de 35 anos. Entregues na manhã desta quinta-feira (11) no Palácio Guanabara, sede do Executivo fluminense, as propostas foram apresentadas pelo consórcio “Maracanã”, formado pelas empresas Odebrecht, IMX Arenas e AEG Administração de Estádios, pelo Complexo Esportivo e Cultural do Rio de Janeiro, formado pelas empresas OAS, Stadium Amsterdam N.V. e Lagardère Unlimited.
Pouco mais de vinte empresas demonstraram interesse em participar, mas apenas as seis, que compõem os dois consórcios, entregaram a proposta e continuam no processo. “Pelo que eu vi são dois concorrentes [consórcios] muito fortes. Empresas brasileiras e estrangeiras com grande experiência na administração de arenas da complexidade e do tamanho do Maracanã. Vamos agora aguardar o resultado da comissão de licitação”, disse o secretário estadual da Casa Civil, Régis Fichtner.
“São empresas fortes. Agora, a comissão vai analisar os documentos e valorar, verificar propostas de preço e vai marcar uma reunião para anunciar qual empresa apresentou a melhor proposta”, completou o chefe da Casa Civil.
O processo de licitação do Maracanã foi marcado pela polêmica. Na quarta-feira (10), a Justiça do Rio de Janeiro chegou a decidir, em caráter liminar, a suspensão do processo, a pedido do Ministério Público Estadual, que alegou que a participação da IMX, empresa de Eike Batista e que foi responsável pelo estudo de viabilidade da concessão, teria informações privilegiadas sobre o negócio.
“A lei expressamente permite que em concessões quem apresenta proposta de manifestação de interesse possa participar depois da licitação. As informações [prestadas pela IMX] foram precisas e suficientes [para que outras empresas participassem do processo], tanto é que temos duas concorrentes”, disse o secretário.
O governo do peemedebista Sérgio Cabral Filho conseguiu reverter a liminar somente na noite de quarta-feira, ao recorrer ao Tribunal de Justiça do Estado. Minutos antes da abertura dos envelopes com as propostas estava prestes a começar, pouco depois das 10h30 desta quinta-feira, a sessão foi interrompida pelos deputados estaduais Marcelo Freixo e Janira Rocha, do PSOL, que pleiteavam o acesso da população aos trabalhos no Palácio Guanabara, como determina a lei.
Suspensa por aproximadamente quarenta minutos, a sessão só foi retomada após quatro representantes dos manifestantes adentrarem ao palácio para acompanhar o processo. Mesmo assim, a os participantes do protesto contra a licitação discordaram da restrição ao número de pessoas e a abertura dos envelopes começou sem a presença da população.
“A lei determina que a sessão seja pública. Pública quer dizer não secreta. A imprensa estava aí. Os deputados [também estavam presentes]. Agora, eu tenho que garantir a integridade dos participantes da comissão. Não poderia permitir a entrada de pessoas que vieram aqui para fazer baderna e tentar inviabilizar a sessão”, disse o secretário.