Declaração de Dirceu sobre promessa de absolvição no STF coloca Dilma, Lewandowski e Toffoli sob suspeita

Sinuca de bico – A declaração de José Dirceu sobre a suposta promessa de Luiz Fux, agora ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), de absolvê-lo na Ação Penal 470 (Mensalão do PT) mostra a forma corrupta e criminosa como determinados assuntos são decididos nas coxias do Palácio do Planalto, se a afirmação tiver ao menos uma nesga de verdade.

Como inexistem provas acerca do fato, Dirceu precisa vestir a fantasia da mentira e se preparar para um novo processo, pois Luiz Fux tem o dever de assim agir para, ao menos, preservar a instituição que integra. Do contrário, a suspeição o acompanhará como auréola eterna. Mesmo que a verdade morra na vala do desconhecimento, o mais recomendado a essa altura é acreditar em Luiz Fux, que se nada fizer para se defender cairá na maledicência popular como réu confesso.

Valendo-se das últimas cartadas para tentar adiar o cumprimento da pena imposta pelo STF, José Dirceu colocou em situação delicada os dois ministros que o defenderam de maneira escandalosa durante o julgamento do maior escândalo de corrupção da história política nacional, cujas entranhas ainda não vieram a lume. São eles: Ricardo Lewandowski, que tem ligações umbilicais com o Partido dos Trabalhadores e cultiva relações familiares com os Lula da Silva, e José Antônio Dias Toffoli, que advogou para a legenda e foi subordinado ao próprio ex-ministro.

A situação é mais complicada para a presidente Dilma Rousseff, não apenas pela nomeação de Luiz Fux no início de 2011, mas pelas outras indicações que tratou enquanto chefe da Casa Civil. Se a presidente não se manifestar sobre o caso, mesmo que por meio de sua assessoria, é porque alguém está mentindo em uma epopeia com a chancela petista. Sempre lembrando que política é um negócio imundo e o Palácio do Planalto não foi construído para ser um reduto de monges inocentes.