Economistas consultados pelo BC apostam em ínfimo recuo da inflação e manutenção da Selic

Andando de lado – Economistas das cem maiores instituições financeiras que operam no Brasil, consultados pelo Banco Central, reduziram a projeção de inflação para 2013 medida pelo IPCA, que caiu de 5,68% na última semana para 5,68%. É o que mostra o Boletim Focus, divulgado semanalmente pelo BC. Para 2014, a projeção continua em 5,70%. Há quatro semanas, o IPCA do próximo ano estava em 5,54%. Ou seja, a crise na economia será companheira de campanha da presidente Dilma Rousseff.

A previsão de alta da inflação para os próximos 12 meses recuou de 5,43% para 5,42%, de acordo com a projeção suavizada para o IPCA. Há quatro semanas, estava em 5,45%.

Em relação às decisões que serão tomadas pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), que tem reunião marcada para esta semana, em relação à taxa básica de juro é de que a Selic permaneça em 7,25%. A projeção contraria o que foi discutido na última semana pelo mercado financeiro, que apostou em alta da Selic já nessa reunião. Essa mudança de opinião pode ser decorrente das reuniões da presidente com alguns economistas que integram uma espécie de conselho consultivo do Palácio do Planalto em termos de economia e do qual fazem parte Delfim Netto e Luiz Gonzaga Beluzzo.

Para a reunião maio do Copom, a estimativa do mercado em relação à Selic passou de 7,50% (alta de 0,25 ponto porcentual) para 7,75% (alta de 0,50 ponto porcentual). Para o final de 2014, a média das projeções continua em 8,50% ao ano. Há quatro semanas, as projeções estavam em 8,25% e 8,50% ao ano, respectivamente.

O recuo das projeções de inflação e o avanço da taxa básica de juro, a partir de maio, pouco muda na vida do consumidor. Em termos de inflação, a realidade enfrentada pelos cidadãos no cotidiano é bem diferente da anunciada pelo governo de Dilma Rousseff, cada vez mais incompetente e inoperante. A inflação real já passa da casa dos 20%, mas os palacianos preferem não enxergar a realidade.

No tocante à taxa de juro, quem está endividado sentirá mudança irrisória no final das contas. O consumidor que deve à operadora de cartão de crédito, por exemplo, sairá de uma taxa de 240% ao ano para 242%. Em outras palavras, ao final a bancarrota será antecipada em alguns dias.

De olho na reeleição de Dilma Rousseff, em 2014, o que pode se confirmar, o governo tenta emplacar alguma das medidas paliativas que adota, mesmo que inócuas e atrasadas. Combater a inflação com o controle de preços e a desvalorização do dólar é decisão de economista obtuso. A solução para ser definitiva deve começar pelo combate ao processo inflacionário, que o governo do PT largou mão e transformou-se em um monstro difícil de domar.

Enquanto os frequentadores do Palácio do Planalto não arregaçarem as mangas para mudar o sistema tributário, a legislação trabalhista e investir em infraestrutura, criando leis orgânicas para cada importante segmento da economia que é de responsabilidade do Estado, o Brasil continuará andando de lado. De nada adianta um governante começar uma obra que não tem sequência no mandato do sucessor apenas por questões político-ideológicas.