Muito estranho – Herdeiro político de Hugo Chávez, o presidente interino da Venezuela, Nicolás Maduro, foi eleito para presidir o país sul-americano até 2019. Em uma eleição difícil e marcada pelo desrespeito à Constituição, Maduro, que dependeu do cadáver de Chávez para continuar no poder, conseguiu uma vitória apertada com 50,66% dos votos. Esse contingente de votos não dá a Nicolás Maduro a tranquilidade a tranquilidade que ele gostaria para governar, mesmo a Venezuela sendo uma ditadura socialista.
Seu adversário, Henrique Capriles, conseguiu 49,7% dos votos, o que dá uma diferença pequena de 1,57 ponto percentual e que contraria as pesquisas eleitorais, que apontavam vantagem de 7 pontos percentuais para Maduro. Capriles sai da eleição ainda mais forte e será uma voz incômoda contra Maduro, que precisará muito cuidado para lidar com os congressistas da Assembleia Nacional venezuelana, que são obedientes ao presidente da Casa legislativa, Diosdado Cabello, que estava de olho no Palácio de Miraflroes.
Momentos antes do anúncio oficial do resultado da eleição, Henrique Capriles insinuou a possibilidade de fraude em algumas eleitorais, em especial nas localizadas em redutos chavistas. A eleição deveria ter se encerrado às 18 horas local (19h30 de Brasília), mas em alguns lugares da Venezuela as sessões eleitorais ficaram abertas até mais tarde. O governo usou não apena a máquina federal para turbinar a campanha de Maduro, mas desrespeitou de forma acintosa a legislação vigente. Microônibus que levavam eleitores para os locais de votação exibiam campanha a favor de Nicolás Maduro, o que é proibido por lei.
No dia do encerramento da campanha, o governo da Venezuela exibiu na televisão estatal um longo programa sobre os dez anos do golpe e que dias depois acabou com o retorno de Hugo Chávez ao poder. Foi o bastante para que, à sombra de um atentado à Constituição, os eleitores fossem persuadidos a votar em Maduro, que não terá vida fácil de agora em diante. A Venezuela tem as maiores reservas de petróleo do planeta, mas a economia está sempre em colapso e o país vive preocupantes ciclos de desabastecimento. Fora isso, a dívida venezuelana está na casa dos 50% do PIB, o que é alarmante para uma economia que pouco produz, além de petróleo, que serve para abastecer muitos aliados, como a Bolívia, de Evo Morales e a ilha de Cuba, dos irmãos Castro.
Durante a farsa que se montou em Havana durante a permanência de Chávez na capital cubana, já morto e esperando o momento certo para o anúncio, o ucho.info alertou para o fato de que ditador Raúl Castro chamou para si a responsabilidade de negociar a transição de poder em Caracas. Na ocasião, destacamos que o governo venezuelano estava infestado de agentes cubanos, muitos deles trabalhando próximos a Hugo Chávez e em postos de decisão e se reportando a Havana. Com a morte do caudilho bolivariano, o número de agentes cubanos em Caracas aumento sobremaneira, a ponto de servidores federais terem votado em Henrique Capriles por não mais suportar a ingerência dos estafetas dos Castro.
Nicolás Maduro, após o anúncio do resultado da eleição, chamou Capriles de irresponsável por ter colocado sob suspeita o processo eleitoral, mas é preciso reconhecer que a disputa foi vencida pelo herdeiro de Chávez apenas e tão somente porque houve, sim, fraude durante o processo de votação.