Geraldo Alckmin deveria afastar chefe da Casa Civil enquanto Polícia Federal investiga denúncias

Melhor assim – Governador de São Paulo, o tucano Geraldo Alckmin precisa tomar uma providência em relação ao secretário Edson Aparecido, chefe da Casa Civil do governo paulista, mesmo que seja para poupá-lo. Durante a Operação Fratelli, a Polícia Federal descobriu um elo entre Edson Aparecido e fraudes em licitações em 78 prefeituras do interior paulista.

Osvaldo Ferreira Filho, que foi assessor especial e braço direito de Aparecido, está entre as treze pessoas presas pela PF, que o aponta como o elo entre a Demop, empreiteira de Scamatti que está no centro do escândalo, e as prefeituras.

A Demop atua em quase todas as cidades do noroeste do Estado e a maioria da das licitações que deram à empreiteira vários contratos com prefeituras está sob investigação da Polícia Federal e do Ministério Público.

O próprio Edson Aparecido foi flagrado no esquema e, de acordo com documentos da operação policial, ele “manteria estreito contato com alta autoridade do governo do Estado, o que facilitaria a atuação do grupo apontado como criminoso para a liberação de recursos”.

Caso o PSDB queira manter o discurso crítica em relação ao Palácio do Planalto, Alckmin deve afastar temporariamente o seu secretário até o final das investigações, o que evitaria que o Palácio dos Bandeirantes fosse alvo do contra-ataque petista, que está de olho no governo de São Paulo e já se movimenta nos bastidores para abocanhá-lo em 2014.

O eventual afastamento de Aparecido não pode ser considerado uma condenação antecipada, pois trata-se de uma demonstração de transparência por parte do governo paulista e que serviria para preservar o currículo do próprio secretário, que pode ser inocente e ficar exposto aos ataques dos adversários.

É bom lembrar que o então presidente Itamar Franco tomou atitude idêntica com seu amigo de longa data Henrique Hargreaves, que deixou o cargo por alguns meses enquanto eram investigadas as denúncias contra ele. Nada constatado, Hargreaves retornou ao comando da Casa Civil da Presidência.