Lula garantiu que a Copa seria da iniciativa privada, mas cofres oficiais já foram sangrados em R$ 7,2 bi

Papo furado – Quando, em 31 de outubro de 2007, a FIFA anunciou que o Brasil sediaria a Copa do Mundo de 2014, o ucho.info, instantes depois, afirmou tratar-se de um absurdo, uma vez que o País não tinha condições de realizar um evento dessa magnitude, como ainda não tem. À época fomos mais incisivos e afirmar que o anúncio fora um equívoco por parte da FIFA e uma monumental irresponsabilidade de um governo que sempre se alimentou no cocho da mentira e do ufanismo.

Durante o evento em Zurique, o então presidente Lula, ao lado do outrora chefão da CBF, Ricardo Teixeira, disse que o Brasil realizaria a melhor Copa de todos os tempos e que o evento seria da iniciativa privada.

Até agora, dos cofres oficiais já saíram R$ 7,2 bilhões somente para a construção de estádios, alguns dos quais hão de se transformar em “elefantes brancos” depois do maior evento futebolístico do planeta. É o caso da Arena Cuiabá, no Mato Grosso, estado que sequer tem um campeonato de futebol ou qualquer nesga de tradição no esporte bretão. Situação idêntica emoldura o estádio que está sendo erguido em Manaus.

Das doze arenas que receberão jogos da Copa, apenas são privadas. Dos estádios erguidos com o dinheiro do contribuinte, alguns passarão às mãos da iniciativa privada, como é o caso do Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã, que deve ser entregue ao consórcio integrado pelo empresário Eike Batista, até porque cartas marcadas não existem apenas na mesa de jogo.

Ricardo Teixeira, que abandonou a presidência da CBF, está refugiado em Miami, defendendo-se da artilharia que lhe aponta a FIFA. Já Lula, o messiânico lobista de empreiteiras, continua fugindo da imprensa brasileira para não se explicar seu envolvimento no Mensalão do PT, o maior escândalo de corrupção da história nacional, e o Rosegate, imbróglio que flagrou sua namorada, Rosemary Noronha, em um intrincado e criminoso esquema de venda de pareceres de agências reguladoras.